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Grupo oferta R$ 9 bi pelo controle da Braskem: valor não paga dívida da empresa com AL

Segundo o colunista Lauro Jardim, de O Globo, representantes da J&F estiveram reunidos no Itaú para tentar comprar a empresa

Por Blog do Edvaldo Júnior 10/04/2023 17h05
Grupo oferta R$ 9 bi pelo controle da Braskem: valor não paga dívida da empresa com AL
Wesley e Joesley Batista, do Grupo J&H. - Foto: Divulgação

A Braskem não está apenas a venda. Já tem até oferta de compra do seu controle acionário feita por um dos maiores grupos brasileiros – a J&F.

Na semana passada, segundo o colunista Lauro Jardim, de O Globo, representantes da J&F estiveram reunidos no Itaú para tentar comprar a Braskem.

“A J&F foi dar um recado. Disse que quer levar a Braskem e conta com os bancos para ajudá-la a concretizar essa intenção”, disse Jardim.

Ainda de acordo com o jornalista, a proposta foi de R$ 9 bilhões pela fatia da Odebrecht na Braskem

“A J&F dos irmãos Batista fez no mês passado uma proposta indicativa, não vinculante, de R$ 9 bilhões (R$ 30 por ação) pelos 50,1% que a Odebrecht detém na Braskem. A oferta foi recusada”, informa o jornalista.

O dinheiro oferecido a Odebrecht não cobriria, de acordo com estimativas do mercado, os valores que a Braskem deve disponibilizar para compensar os crimes ambientais em Alagoas. Para cobrir gastos com o s problemas provocados pela mineração de sal-gema em Maceió, a empresa fez provisionamento de R$ 8 bilhões, mas tem enfrentado dificuldades na negociação de indenizações.

O Estado de Alagoas quer, por exemplo, que a Braskem custei a construção de um novo bairro na capital com pelo menos 10 mil unidades habitacionais. A empresa também ainda não se acertou com a prefeitura de Maceió. A estimativa do mercado é que as compensações da Braskem pelo crime ambiental somente com entes públicos (Estado e prefeituras, principalmente a de Maceió) passem, com folga, dos R$ 9 bilhões que a Odebrecht recusou do grupo J&F.

Só para se ter ideia, a perda de arrecadação com impostos estimada pelo governo do Estado, passa dos R$ 3 bilhões. As perdas com equipamentos públicos (escolas, rede de água, etc) ainda não foram devidamente calculadas. A prefeitura de Maceió teria estimado suas perdas em mais de R$ 3 bilhões. Além disso, a Braskem ainda precisaria pagar milhares de indenizações a famílias que perderam suas casas. Já a construção de um novo bairro em Maceió seria algo acima de R$ 1 bilhão.