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Sindicato dos Urbanitários de Alagoas demonstra preocupação com aumento da tarifa da BRK

Reajuste anunciado em dezembro será sentido na conta dos consumidores a partir deste mês; tarifa subiu mais que o dobro da inflação

Por Ruan Teixeira 04/01/2023 16h04 - Atualizado em 05/01/2023 11h11
Sindicato dos Urbanitários de Alagoas demonstra preocupação com aumento da tarifa da BRK
Conta de água virá mais cara para os consumidores atendidos pela BRK em janeiro - Foto: Assessoria

Os cidadãos da capital alagoana e da região metropolitana de Maceió pagarão, a partir deste mês, uma tarifa de água mais cara, cobrada pela empresa BRK Saneamento, responsável pela distribuição dos serviços em 10 municípios alagoanos. O anúncio do reajuste foi feito em dezembro passado. O Sindicato dos Urbanitários de Alagoas demonstrou preocupação com o valor que será cobrado.

A reportagem conversou com a presidente do Sindicato dos Urbanitários do Estado, Dafne Orion. Segundo ela, é necessário que as empresas privadas de água verifiquem a essencialidade deste serviço.

“Em um cenário como o atual, onde a população mais carente teve uma perda significativa de renda, com o desemprego e o abismo social criado pela falta de políticas públicas, um reajuste num bem essencial como água nos preocupa”.

A tarifa residencial cobrada pela distribuidora BRK na Região Metropolitana era de R$ 5,372 por metro cúbico até 10 m³ (sem impostos). Com o aumento, a tarifa foi reajustada para R$ 6,140. O acréscimo de 0,77 por metro cúbico representa um reajuste de 14,3%, mais que o dobro da inflação, que foi de 6,47% no último ano, de acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

De acordo com a sindicalista, mesmo as empresas privadas do setor precisam ter um olhar diferenciado, pois fornecem um bem essencial à vida humana.

Presidente do Sindicato dos Urbanitários, Dafne Orion, demonstrou preocupação com o
aumento da tarifa em Maceió e região metropolitano. (Foto: Arquivo Pessoal/Cortesia)



“A questão social tem que ser relevante neste momento. As empresas públicas, como a CASAL, sempre tiveram um olhar social. Precisamos de políticas públicas do estado a fim de garantir o acesso à água para todos e todas”, concluiu.

Reajuste


Ao todo, a conta de água ficará mais cara para os consumidores de 10 municípios da região metropolitana da capital alagoana: Barra de São Miguel, Coqueiro Seco, Messias, Murici, Paripueira, Pilar, Rio Largo, Santa Luzia do Norte e Satuba.

Em Alagoas, a faixa mínima de consumo cobrada por BRK e Casal é de 10m3. Logo, a tarifa mínima aumentará R$ 7,70 para o consumidor. Se a residência tiver ligação de esgoto, o valor dobra e o aumento mínimo será de R$ 15,40.

Em 08 de novembro de 2022, a BRK informou que as tarifas dos serviços de água e esgoto tiveram reajuste a partir de dezembro do mesmo ano.

A resolução foi publicada pela Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Alagoas (Arsal) no diário oficial do estado em 7 de dezembro.

Consumidores reclamam


Mesmo que o reajuste na conta chegue para os consumidores somente em janeiro, muitos alagoanos tem reclamado do aumento sentido nos últimos meses. De acordo com uma síndica de um condomínio localizado no bairro da Cruz das Almas, parte baixa de Maceió.

Ela preferiu não se identificar, mas demonstrou insatisfação com os sucessivos aumentos que vem sendo cobrados para o condomínio, onde moram mais de 300 pessoas. Como a água é dividida para todos os moradores e já inclusa na taxa de condomínio, ela diz que estão estudando individualizar a cobrança e aumentar a taxa também para cobrir essa despesa.

A síndica conta que houve um momento de 20% a 30% nas tarifas recentes. “É um absurdo, temos que diminuir os investimentos para os moradores para poder arcar com a conta”, sintetizou.

Rafaela Fernandes, moradora da parte alta de Maceió, no bairro do Benedito Bentes, disse que pagou R$ 384 na última conta de água, segundo ela, o dobro do que geralmente é cobrado. "O meu hidrômetro e dos vizinhos nunca foram trocados e cobraram um valor tão alto", ressaltou.

Ela ainda diz que existem apartamentos nas proximidades que são cobrados mais de 500 reais. "Não existe isso, quando nós vamos na BRK, eles falam que é o nosso consumo. Mas não é, pois o valor deveria ser mínimo e não um absurdo desses", destaca.

Elenilson Firmino também conversou com a reportagem e relatou que é dono de um galpão de crossfit, localizado no Tabuleiro do Martins, ressaltando que a conta está vindo alta. Porém, lá no ambiente, só usam a pia para lavar a mão de um e outro, frisando que o box de crossfit não é aberto de manhã, à tarde e à noite, “ele tem os horários e para o local a conta veio muito alta”, finalizou.