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MPT e Superintendência do Trabalho solicitam ao Município de Maceió medidas para combater trabalho infantil
Objetivo é sensibilizar e mobilizar o poder público e os atores envolvidos com a rede de proteção à infância para o planejamento de ações que coíbam a exploração do trabalho realizado por crianças e adolescentes
                Maceió/AL – O  Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Superintendência Regional do  Trabalho (SRTb) em Alagoas solicitaram à Secretaria Municipal de  Assistência Social de Maceió (Semas),  na última quarta-feira (3), a adoção de providências para o  desenvolvimento de ações contra o trabalho infantil na capital. O  objetivo é sensibilizar e mobilizar o poder público e os atores  envolvidos com a rede de proteção à infância para o planejamento de  medidas que coíbam a exploração do trabalho realizado por crianças e  adolescentes. 
Durante reunião realizada na sede da Secretaria Municipal de Assistência  Social (Semas), a procuradora do MPT Cláudia Soares, o superintendente  do Trabalho Victor Cavalcante e a auditora fiscal do Trabalho Railene  Gomes apresentaram ao secretário Claydson Moura  um ofício com a relação de seis metas para o enfrentamento à  problemática. 
No documento, MPT e SRTb pedem à Semas a realização de um diagnóstico  socioterritorial do trabalho infantil no Município de Maceió,  considerando que o diagnóstico existente foi realizado em 2019 e não  contempla os efeitos da pandemia nos índices de trabalho  infantil e nas situações de trabalho precoce existentes no município.  As instituições também requerem a reativação da Comissão Intersetorial  Municipal de Erradicação do Trabalho Infantil. 
O Ministério Público do Trabalho e a Superintendência do Trabalho pedem,  também, a elaboração de um plano de enfrentamento ao trabalho infantil  no município, a criação de um cronograma de execução desse plano, a  elaboração de um plano de ação para combater  o trabalho de crianças e adolescentes em grandes eventos realizados  pelo município, e requerem a atuação estratégica em face da população em  situação de rua. 
A procuradora Cláudia Soares afirmou que a realização do diagnóstico  socioterritorial é prioridade para o poder público identificar a  realidade do trabalho infantil e, posteriormente, realizar o trabalho  estratégico para combater o problema. Segundo a procuradora,  os efeitos da pandemia, a exemplo da informalidade, vulnerabilidade  social nas famílias, desemprego, fechamento das escolas e outros fatores  acarretaram como consequência o aumento do índice de trabalho infantil. 
“Esse diagnóstico vai espelhar a realidade atual do trabalho infantil no  Município de Maceió e, a partir desse levantamento, as ações  prioritárias deverão ser pensadas e planejadas pelo PETI/Maceió. Para  combater as consequências é necessário, antes, entender  as causas, por isso a importância da atualização do diagnóstico  socioterritorial do trabalho infantil no município e de um planejamento  que vise não apenas a retirada da criança ou do adolescente da situação  de trabalho precoce, mas que também preveja alternativas  de renda para as famílias e de profissionalização para os  adolescentes”, explicou. 
Já  o superintendente do Trabalho em Alagoas, Victor Cavalcante, ressaltou  que o apoio do município é necessário para que a criança ou o jovem  retirado da exploração do trabalho  infantil não volte à mesma situação. “Para o combate ao trabalho  infantil ser eficaz, após a ação fiscalizatória, precisamos dar um  encaminhamento para que aquele jovem não volte para o trabalho infantil.  Por isso, precisamos do apoio da Secretaria de Assistência  porque ela tem esse mapeamento das famílias em situação de  vulnerabilidade, para que, após retirar aquela criança do trabalho,  possamos colocá-la na escola e em cursos de formação profissional, de  modo a impedir que ela volte ao trabalho infantil”, disse Victor. 
Medidas alinhadas 
Durante a reunião, a Semas, o MPT e a SRTb alinharam a reativação do  Comitê Intersetorial de Enfrentamento ao Trabalho Infantil, confirmada  para os próximos dias. 
De acordo com o secretário de Assistência Social, Claydson Moura, a  previsão é que até a próxima semana seja publicada a portaria com os  integrantes do grupo, para que sejam realizados encontros que definam de  forma prática como retirar crianças e jovens de  situações inadequadas de trabalho. 
Moura também anunciou que irá discutir com a Secretaria Municipal de  Segurança Comunitária e Convívio Social (Semscs) e a Secretaria de  Desenvolvimento Territorial (Sedet) requisitos mais rígidos para  conceder alvarás e permissão de uso de solo, que comprometam  o solicitante a não promover trabalho infantil. 
"Vamos começar a fazer um planejamento mais prático, com ações, um  projeto que juntos possamos executar. Exploração do trabalho infantil é  inegociável", afirmou.


