Geral

Cresce o número de internações e óbitos pela Covid entre os jovens em Alagoas

Segundo estudo, houve aumento no número de óbitos no grupo situado entre 20 e 59 anos

Por Redação com Sesau 19/06/2021 15h03 - Atualizado em 19/06/2021 16h04
Cresce o número de internações e óbitos pela Covid entre os jovens em Alagoas
"As pessoas não estão se protegendo como no passado", alerta médica - Foto: Reprodução/Internet

A ocupação de pessoas mais jovens, abaixo de 60 anos, em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para a Covid-19, cresceu nas últimas semanas, em Alagoas. De acordo com um levantamento feito pela Secretária de Estado da Saúde (Sesau), o número de mortes, em decorrência da doença, também registra recorde entre todas as faixas etárias abaixo dos 60 anos.

De acordo com o estudo, ao longo do ano, entre a 1ª e a 23ª semana epidemiológica – encerrada no último sábado (12) –, houve expressivo aumento no número de óbitos no grupo situado entre 20 e 59 anos de idade.

Segundo a superintendência da Vigilância em Saúde da Sesau, houve também um aumento considerável nas hospitalizações de mais pessoas mais jovens. Um dos fatores responsáveis é a atual exposição e circulação mais intensa do vírus.

Só este ano, a faixa etária entre 30 e 39 anos já registrou dez ou mais óbitos em seis semanas epidemiológicas, incluindo as três últimas consecutivas com o recorde de 13 mortes na semana 21. No pico da pandemia do ano passado, o quantitativo de dez óbitos só ocorreu em duas semanas epidemiológicas. Já na faixa entre 40 e 49 anos, a taxa é ainda maior. Ao longo do ano, o grupo apresenta cinco semanas epidemiológicas com taxa de óbito igual ou superior a 20 – com o recorde de 26 mortes na semana 21. Em 2020, a categoria superou a marca de 20 óbitos em apenas duas semanas epidemiológicas, com o máximo de 22 mortes.

"A gente observa que, hoje, a população internada em apartamento e em UTI majoritariamente é jovem. Um número realmente assustador de pessoas abaixo de 60 anos”, revela Marília Magalhães, médica especializada em Cuidados Paliativos. “Há algumas semanas, num dos serviços, o paciente mais velho internado por Covid-19 tinha 50 anos, os demais tinham menos, 17, 30, 35 anos...”, comentou a médica, que atua nas redes pública e privada de saúde. 

Fonte: Sesau - AL

Ao verificar o boletim epidemiológico emitido pela Sesau na última quinta-feira (17), dos 18 óbitos ocorridos em Alagoas por Covid-19, seis foram de pessoas abaixo dos 60 anos – cinco delas não apresentavam comorbidades. Comportamento bem diferente da incidência ocorrida no ano passado, no primeiro pico da pandemia.

“Quanto menos as pessoas se protegem, mais a facilidade de aparecerem novas cepas e novas variantes. A população jovem é que está nas ruas em função do trabalho, mas é a que mais aglomera e a que menos segue as medidas restritivas”, ressalva a especialista. “Há também a inconsequência dos jovens que, apesar das restrições, continuam fazendo festas clandestinas, não utilizam máscaras – há um sentimento muito comum de imortalidade entre jovens e adolescentes. E também muita gente levada pelas fake news, de que máscara não protege e de que o coronavírus é só uma gripezinha”, considera Marília Magalhães.