Geral

MPF vai monitorar uso de oxigênio em AL

Ministério Público solicitou às Secretarias de Saúde Plano de Ação para que Estado não sufoque

Por Raphael Alves (estagiário) com Redação 27/01/2021 19h07
MPF vai monitorar uso de oxigênio em AL

Pra conter o colapso eminente do sistema hospitalar devido à pandemia da Covid-19, o Ministério Público Federal (MPF), solicitou às Secretarias do Estado e Município um Plano de Ação, elaborado em conjunto pelos dois órgãos para o monitoramento ininterrupto, desde a produção, ao consumo e armazenamento do oxigênio medicinal nas unidades referência de tratamento de pacientes contaminados com a Covid-19. Ás secretarias tem um prazo de 10 dias para concluir o que foi solicitado pelo MPF. 

No plano, os membros ministeriais buscam que Estado e Município estabeleçam, no mínimo, a criação de um fluxo de monitoramento constante, com encaminhamento de informações diárias às autoridades sanitárias, bem como a indicação nominal dos servidores que responderão pelo acompanhamento do Plano de Ação e suas próprias atribuições.

Para que não haja nenhuma dúvida em relação ao processo, recomendam também que disponibilizem, semanalmente, aos Ministérios Públicos, informações atualizadas sobre a demanda por oxigênio nas unidades de saúde da rede estadual e municipal e a capacidade dos fornecedores de atender a essa necessidade, enquanto durar o estado de emergência de Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) declarado pelo Governo Federal.

A preocupação do Ministério Público é a falta de oxigênio medicinal nas unidades de tratamento referênciais contra a Covid-19.  Casos como o de Manaus chamaram atenção das entidades responsáveis e, com o acréscimo do número de infectados no estado de Alagoas, o Plano de Ação é muito mais que importante neste dado momento onde houveram mais 8.162 casos, no montante de 115.383 desde o início da pandemia.

Os procuradores da República e promotores de Justiça temem o caos instalado, recentemente, por desabastecimento do oxigênio, odne houve um colapso e a necessidade de pedido de socorro do Amazonas e do Pará aos outros estados da federação. Alagoas inlcusive recebeu enfermos de Manaus e colaborou com leitos para ajudar a desafogar o sistema hospitalar amazonense.

Na recomendação, os responsáveis pelo pedido, alertam que “a não observância, assim como omissões, da fiscalização, da produção, do consumo e do armazenamento de oxigênio medicinal, poderá ocasionar em sanções administrativas, civis e penais, por descumprimento de mandamento constitucional”.

Os destinatários têm um prazo de cinco dias para informar ao MPF e MP/AL se acatam a recomendação.

O documento é assinado pelo procurador-geral de Justiça, Márcio Roberto Tenório de Albuquerque, pela Força-Tarefa de Prevenção e Enfrentamento da Pandemia do Novo Coronavírus, do Ministério Público de Alagoas, e pelos procuradores da República em Alagoas, Bruno Jorge Rijo Lamenha Lins, Júlia Wanderley Vale Cadete, Niedja Gorete de Almeida Rocha Kaspary e Roberta Lima Barbosa Bomfim, membros do Grupo de Trabalho do MPF/AL.
 

Abastecimento de oxigênio em 2021

Uma medida anunciada na terça-feira (26) reflete diretamente o abastecimento de oxigênio para o ano de 2021, segundo o secretário de saúde Alexandre Ayres  “Aqui em Alagoas, eu e o governador Renan Filho tomamos as precauções e garantimos o abastecimento de oxigênio para as nossas UTIS Covid-19, durante o ano de 2021. Nossa meta é continuar salvando vidas”, escreveu em seu perfil oficial no Twitter.
Em contato com a empresa White Martins Gases Industriais do Nordeste, que tem contrato com a Sesau, o Estado mostrou-se favorável em dar continuidade ao recebimento de serviços prestados pela empresa, a exemplo de fornecimento de gases medicinais destinados à rede hospitalar de responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde.
No contrato vigente, segundo o secretário Alexandre Ayres, consta que em 2020, o total de consumo de oxigênio líquido mais o comprimido não chegaram a 60% na rede hospitalar estadual. “A manutenção deste fornecimento é importante para que a nossa rede pública, sobretudo as nossas UTIs Covid-19, continue desenvolvendo esse trabalho de salvar vidas”, destaca o secretário.