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Shoppings de Alagoas cobram isonomia e reabertura
Federações da Indústria, do Comércio, associação comercial e outras entidades têm apresentado argumentos pró-flexibilização

A decisão do governo de Alagoas em prorrogar o isolamento até 30 de junho tem motivado reclamações de vários setores.
Seja pelo ‘cansaço’, pela repercussão econômica ou porque as autoridades não conseguem mais convencer trabalhadores, empresários e a população de que as medidas na “dosagem” atual são necessárias, existe hoje um nítido movimento de descumprimento do decreto.
Setores que tem dificuldades em descumprir as medidas, por várias razões, estão aumentando a cobrança pela flexibilização da economia.
Federações da Indústria, do Comércio, associação comercial e várias outras entidades têm apresentado argumentos convincentes pró-flexibilização “já”.
As Associações de Lojistas do Maceió Shopping, Parque Maceió, Pátio Maceió é Arapiraca Garden, prepararam um documento com argumentos defendendo a reabertura destes equipamentos já na próxima fase da flexibilização, a laranja, que deve começar a valer a partir de 1º de julho.
Diretor de uma dessas associações, o empresário João Luiz Mascarenhas, tem lojas nos shoppings da capital, e defende “a reabertura segura e controlada em Alagoas”, a exemplo do que aconteceu em outros Estados.
“Saiu o decreto ontem. O governador prorrogou com promessa de que pode abrir em 1° de junho. Essa promessa já tinha sido feita no último decreto. Queremos ter segurança que desta vez vai ser cumprida”, aponta.
No plano do governo, são cinco fases. A atual, vermelha, seguida da laranja, amarela, azul e verde. Aqui, os shoppings estão na etapa amarela. O que os lojistas querem é que o governo coloque os equipamentos na fase laranja, como ocorreu em São Paulo e Recife, por exemplo.
“Se os shoppings ficarem fase amarela vão ter que ficar fechados por mais um decreto ainda. Estamos mostrando que temos um protocolo mais rígido do que o do governo, elaborado pelo Sírio Libanês (hospital de São Paulo), para proteger a população. Quando reabrir, o shopping será muito mais seguro do que a maioria dos outros estabelecimentos”, explica.
João Luiz participou de reunião realizada pelo governo, no último dia 17, para discutir as medidas de isolamento social, num encontro que teve a participação de representantes de quase todos os setores públicos e privados de Alagoas. “No encontro vimos vários relatos de que as pessoas estão indo para o comércio informal, sem segurança nenhuma. Todos disseram nessa reunião, até o MP, que não eram contrários a reabertura. Mas não é abrir de qualquer jeito. Representamos muitas pequenas empresas, pessoas que trabalham nas lojas. A gente também tem medo e vai ter que tomar cuidado”, pondera.
Um forte argumento pela reabertura do shopping, enfatiza Mascarenhas, é a segurança: “As pessoas já estão na rua. O fique em casa não funciona. A gente entende o governador. Mas o governo também precisa saber que podemos ajudar. Permanecemos fechados todo esse tempo. Mas agora, não se protege mais ninguém fechado. É melhor abrir de forma responsável, trazer a população para um ambiente que vai ter o devido cuidado, do que deixar do jeito que está. Melhor ir para o shopping, com todo a segurança, do que no comércio informal, onde existem vários relatos de que os protocolos não são seguidos”, afirma.
Veja o documento
O documento preparado pelas associações traz vários argumentos pró-abertura. Destaco alguns pontos:
Motivos pelos quais o Comércio deve ser aberto em Alagoas:
– Mais de 70% dos Shoppings existentes no território nacional estão abertos (16/06/2020); • Segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), 411 estabelecimentos desse porte estão abertos e em pleno funcionamento em 16 estados e no Distrito Federal. Isso representa mais de 70% dos shoppings existentes em todo o território nacional –
– Entre os estados onde os centros comerciais estão de portas abertas estão o Amazonas, que tem o maior índice de mortos por coronavírus no Brasil, e São Paulo, com o maior número absoluto de óbitos por covid-19;
– Acre, Alagoas, Amapá, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins são os dez estados nos quais os estabelecimentos permanecem fechados em meio à pandemia (https://congressoemfoco.uol.com.br/saude/em-meio-a-pandemia-brasil-tem-mais-de-400-shopping-centersabertos)
– Shoppings em Alagoas representam em torno de 800 Estabelecimentos comerciais, Cerca de 10mil empregos diretos;
– O que pedimos (abertura da economia e dos Shoppings) já foi adotado pela maioria dos Estados do nosso País!
O comércio formal pode proteger a população:
– Os Shoppings Centers, inclusive, possuem um protocolo sanitário super rígido a seguir, protocolo este de caráter NACIONAL e realizado em parceria com o HOSPITAL SÍRIO LIBÂNES.
– O protocolo é mais rígido que as exigências governamentais. Por ex.: O decreto governamental exige apenas um pano com água sanitária na entrada das lojas, o Shopping terá tapetes sanitizantes, dentre outros.
– Diversos Estados anteciparam a abertura dos Shoppings após receberem este protocolo! • Shoppings são ambientes em que as pessoas circulam de forma organizada, espaçada, com grande amplitude de horário e sem aglomeração.
– As empresas podem fiscalizar o uso de máscaras, álcool em gel, acompanhar a saúde de seus colaboradores, praticar a desinfecção de suas áreas, etc.
Isonomia:
– Os supermercados estão funcionando sob a justificativa de serem itens de primeira necessidade, o que, em parte, é verdade.
– Ocorre que vários supermercados estão vendendo itens que as demais empresas estão proibidas de comercializar. Ex.: Roupas, móveis, eletrônicos, brinquedos, etc. Causando uma verdadeira CONCORRÊNCIA DESLEAL.
– Ora, as lojas de roupa quando voltarem a funcionar terão uma série de limitações, como a proibição de provas, e limitação de contato dos clientes com os produtos.
– Enquanto isso as roupas e demais itens estão expostos nos supermercados, com várias pessoas as tocando, uma após as outras, sem a menor preocupação por parte da empresa em sanitizar, expondo toda a população a risco.
