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Exposição Me Olhe nos Olhos, de Igor Rodrigues

Fazendo uma verdadeira simbiose de materiais, cores, texturas, com um debate sempre necessário sobre o racismo

Por Diteal-Al 27/01/2022 14h02
Exposição Me Olhe nos Olhos, de Igor Rodrigues
Exposição Me Olhe nos Olhos - Foto: Reprodução

Fazendo uma verdadeira simbiose de materiais, cores, texturas, com um debate sempre necessário sobre o racismo, o artista baiano, Igor Rodrigues vem para provocar reflexão entre as pessoas que visitarem a sua exposição.

As obras partem de experiências pessoais do artista, formado em psicologia, mas que se encontrou de verdade na arte. Nesta mostra, Igor surge com novas técnicas, como carvão e acrílica, e utiliza materiais, como espelhos e cimento, deixando a arte digital de lado e experimentando as inúmeras possibilidades que a arte proporciona. O resultado é composto por obras bem expressivas, carregadas de beleza, reflexões e representatividade.

A psicologia enquanto conhecimento acadêmico, somada às sessões de terapia, levou o artista a ter na pintura um processo de autoconhecimento, como diz uma frase do psiquiatra e filósofo Frantz Fanon: “Para obter a certeza de si mesmo, é preciso a integração do conceito de reconhecimento”.

“Diante de discussões cada vez mais urgentes, Igor Rodrigues nos apresenta, apoiado em suas próprias dores, os caminhos pelos quais a obra de arte surge enquanto forma de visibilidade do povo negro, atuando como ferramenta para a construção de uma sociedade mais igualitária, destaca o jornalista e curador, Deri Andrade.

Essa é a primeira vez em que o artista irá expor suas obras fora de seu estado. São 12 obras que dialogam sobre racismo, subjetividade, arte e saúde mental, ainda mais no momento atual, já que estamos na campanha Janeiro Branco, que trata sobre a saúde mental. Todo trabalho é feito sobre a ótica afrocentrada, visando a valorização da população negra e os colocando no protagonismo dessa narrativa.

Todas as obras fazem questionamentos diretos sobre o racismo, de um ponto de vista pessoal, porém muito palpável para o público, fazendo perguntas incisivas, frases que se escutam no cotidiano, que o próprio artista ouviu ao longo da vida e no seu processo de autoconhecimento identitário.

“Esse trabalho começou como um sentimento, que se transformou em um pensamento, que foi crescendo, através de palavras, até se transformar em um grito. Então, eu espero ser ouvido pelas pessoas. Mesmo sendo um trabalho autobiográfico e bastante pessoal, estou propondo reflexões sobre temas que considero importantes para mim e para a sociedade, como racismo, branquitude, saúde mental e a subjetividade de uma pessoa negra. Assim, espero que as pessoas consigam se conectar com esse debate através do meu trabalho. Eu quero contribuir para que pessoas negras possam ter visibilidade dentro de uma sociedade que insiste em tentar nos apagar”, enfatiza o artista, Igor Rodrigues.

Abertura: 27/01/2022
Onde: Complexo Cultural Teatro Deodoro
Horário: 19h
Valor: Gratuito