Economia

Economia de Maceió cresce 50% com participação de feiras e eventos

Expansão do turismo e eventos na cidade aumentou também a procura de pessoas para participar da iniciativa

Por Assessoria 22/12/2025 13h01
Economia de Maceió cresce 50% com participação de feiras e eventos
Feiras agrícolas e de cooperativismo também auxiliaram no crescimento da economia - Foto: Itawi Albuquerque/ Secom Maceió

A cadeia de turismo e eventos não aumenta apenas o número de empregos com carteira assinada em Maceió. O segmento também impulsiona as pessoas que trabalham com o próprio negócio alicerçado na cooperação, na autogestão e na sustentabilidade, com os empreendedores da Economia Solidária. 

Em 2025, o modelo econômico de negócio cresceu 50% nas participações em feiras e eventos. Os cooperados atribuem o resultado à política de desenvolvimento da Prefeitura de Maceió com a execução de ações e estratégias turísticas e econômicas efetivadas ao longo do ano.

A Secretaria Municipal de Trabalho, Emprego e Economia Solidária (Semtes) afirmou que a expansão do turismo e eventos na cidade aumentou também a procura de pessoas para participar da iniciativa. “Comparado ao ano de 2024, tivemos um aumento de 50% também na solicitação de novos adeptos à Economia Solidária, principalmente com trabalhadores da gastronomia”, explicou a coordenadora do programa de Economia Solidária de Maceió, Salomé Holanda.

Paralelamente ao aumento da procura de novos integrantes, Salomé Holanda destacou que, em 2025, também houve trabalhadores que se desintegraram da Economia Solidária. Através do modelo de negócio, que fomenta o conhecimento em autogestão, produção, comercialização, finanças, consumo coletivo e sustentável, os antigos cooperados conseguiram se sentir preparados o suficiente para seguir sozinhos com o próprio negócio.

“Foi gratificante presenciar as pessoas crescendo durante o tempo que estiveram com a gente. Ver que a Economia Solidária de Maceió deu instrumentos necessários para que os pequenos empresários se desenvolvessem e pudessem atuar, com ainda mais autonomia. Todos ganham, inclusive a cidade”, enfatizou Salomé.

Impulsionamento de Negócios


No escopo do turismo, a Prefeitura de Maceió criou as chamadas vilas temáticas. São espaços públicos transformados em centros de cultura, lazer e economia, com decoração temática sazonal (Natal, São João, Páscoa), e que também incentivam as famílias locais a ocuparem, cada vez mais, os espaços públicos.

Para Salomé Holanda, os empreendedores da Economia Solidária encontraram na iniciativa, um grande aliado para a comercialização dos produtos e a geração de renda. “As vilas temáticas se tornaram uma grande vitrine para os empreendedores. Além de movimentarem o turismo e ocuparem os espaços públicos, elas criam oportunidades reais de comercialização, fortalecem a geração de renda e dão visibilidade aos nossos cooperados”, completou.

Além das vilas temáticas, os trabalhadores expõem em feiras itinerantes realizadas também pela Prefeitura de Maceió. Os eventos levam o artesanato e a gastronomia local aos pontos turísticos, com rodízio de artesãos para garantir visibilidade e renda a todos os expositores cujos produtos foram levados em 2025 até o Corredor Vera Arruda (Jatiúca), a praia de Pajuçara, ao Maceió Shopping e ao Mercado 31, em Jaraguá.


"Eu sou Economia Solidária"

Mãe de dois filhos e avó do Enrico e do Harry, a artista plástica Ana Cláudia Gonçalves do Nascimento passou 15, dos 49 anos de vida, na Economia Solidária para ter mais liberdade com os horários de trabalho.

Desde 1996, ela mora em Maceió com a família e encontra no artesanato uma oportunidade de ter uma renda com o próprio negócio. Antes de se mudar para Maceió, a artesã trabalhou como operadora de caixa em uma farmácia, quando ainda morava em São Paulo.

Ana Cláudia foi uma dos cooperados que saíram em 2025 da Economia Solidária para seguir de maneira independente com o próprio negócio. No final dos anos 90, quando chegou em Maceió, comercializava o que vendia de pinturas feitas em panos de prato, embalagens para presentes e peças com pontos simples de crochê - trabalhos manuais que ela aprendeu com a vida como autodidata ou com a gentileza de veteranos.

Mais de 10 anos depois, Ana conheceu a Economia Solidária (Ecosol) de Maceió e enxergou a oportunidade de alavancar o trabalho para um nível mais alto. “Uma coisa é você vender o produto, outra coisa é ser profissional e comercializar qualidade”, comenta.

E completa: “A Ana, que entrou há 15 anos na Ecosol, não é a mesma de agora. Hoje, esta Ana sabe lidar com clientes, sabe precificar o produto, sabe transformar o feedback em capital e sabe se colocar como produto, porque quem vende também é uma marca”.

Nos 15 anos que fez parte da Ecosol, Ana estudou finanças, autogestão, comercialização e novas técnicas de trabalho manual, onde conheceu e se encontrou no Amigurumi. A prática japonesa de crochê ou tricô é usada para criar bonecos e objetos tridimensionais, com detalhes e formas que cativam quem vê. Em 2025, Ana Cláudia saiu da Economia Solidária, porque se sentiu mais do que preparada para continuar de maneira independente o próprio negócio.

“Se eu não tivesse entrado na Economia Solidária, eu não teria sido empreendedora. Foi lá que aprendi que um negócio não se constrói sozinho e entendi a força do coletivo. O apoio e a troca com outras mulheres da Ecosol me impulsionaram, me fortaleceram e me prepararam para seguir meu próprio caminho. A Ecosol é para a vida; por isso, eu digo que não estou mais na Economia Solidária, mas eu sou Economia Solidária”, finaliza.