Economia
Lula envia ao Congresso pacote para combater efeitos de tarifas dos EUA
Entre as medidas estaõ R$ 30 bilhões em crédito para empresas

O presidente Lula (PT) enviou hoje ao Congresso o pacote para combater os efeitos das tarifas estabelecidas pelos Estados Unidos. Entre as medidas, estão R$ 30 bilhões em crédito para empresas.
A medida provisória foi assinada em evento no Palácio do Planalto. O pacote foi definido após sucessivas reuniões internas do governo e com o setor produtivo. O martelo foi batido em reunião com Lula na última segunda, e os detalhes, apresentados a lideranças do Congresso ontem.
Um receio de crise econômica fez com que os Poderes se alinhassem. Estiveram no evento os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), além de toda a cúpula do governo.
Apelidado de "Plano Brasil Soberano", o pacote foca nas "empresas mais afetadas" pelo tarifaço de Donald Trump. Além do crédito, a ser custeado por Banco do Brasil e BNDES, as medidas incluem compras governamentais de alimentos que não forem exportados e exigência de manutenção de empregos.
Lula fez uma fala forte contra as atitudes dos Estados Unidos. "Os nossos amigos americanos, toda vez que resolvem brigar com alguém, eles tentam criar uma imagem de demônio contra quem eles querem brigar", afirmou o presidente. "Estamos em um debate que não é econômico, é político e com um teor ideológico."
O presidente insistiu que as tarifas foram anunciadas por "motivo ideológico".
"A razão pela qual o presidente americano anuncia punir o Brasil por causa do ex-presidente [Jair Bolsonaro]. Se ele tivesse conhecido a verdadeira história, ele estaria dando parabéns à Suprema Corte brasileira por estar julgando alguém que tratou de bagunçar a democracia brasileira."
Ele reclamou da postura dos EUA durante a negociação. "Queremos negociar. Agora, quem não quer negociar são eles. Quem está com bravata são eles", afirmou o petista.
O texto foi publicado em edição extra do DOU (Diário Oficial da União) nesta tarde. MPs precisam ser aprovadas pelo Congresso em até 120 dias ou perdem a validade, mas parlamentares indicam que haverá prioridade.
