Economia

Índice de preços ao produtor no Brasil cai 1,25% em junho, diz IBGE

Entre as 24 atividades analisadas, o IBGE apontou que 13 tiveram variações negativas de preço na comparação com o mês anterior

Por InfoMoney 07/08/2025 09h09
Índice de preços ao produtor no Brasil cai 1,25% em junho, diz IBGE
O IBGE apontou que 13 tiveram variações negativas de preço na comparação com o mês anterior - Foto: Reprodução

Os preços ao produtor no Brasil recuaram em junho pelo quinto mês seguido, a uma taxa de 1,25%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.

Em maio, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) havia caído 1,21%. O resultado levou o índice acumulado em 12 meses a uma alta de 3,24%.

“Alguns pontos podem ajudar a explicar essa sequência de resultados negativos. Um deles seria a taxa do dólar, que vem apresentando quedas”, explicou Murilo Alvim, gerente do IPP no IBGE.

“Outro ponto seria a cotação mais baixa de algumas commodities no mercado internacional, como o petróleo e os minérios de ferro, que acaba sendo acompanhada pelos preços dos produtos brasileiros e também se espalha por diversos outros setores da indústria, diminuindo os custos de produção”, completou.

Entre as 24 atividades analisadas, o IBGE apontou que 13 tiveram variações negativas de preço na comparação com o mês anterior.

Entre as variações, destacaram-se alimentos (-3,43%), refino de petróleo e biocombustíveis (-2,53%), farmacêutica (+2,23%) e produtos de metal (-1,85%). Somente o setor de alimentos respondeu por -0,88 ponto percentual de influência na taxa geral.

“Um dos destaques para a queda nesta atividade é o grupo de abate e fabricação de produtos de carne, com uma queda de 4,34% em junho, justificada, em grande parte, pelos menores preços das carnes de aves”, disse Alvim, explicando que esses produtos estão com excesso de oferta no mercado interno como consequência de restrições externas aos produtos brasileiros por conta da gripe aviária.

No caso de refino de petróleo e biocombustíveis, a variação está relacionada a menores custos de fabricação, segundo o gerente.

“A principal matéria-prima utilizada no setor, que é o petróleo, vem apresentando seguidas quedas de preços que fazem com que a commodity tenha acumulado retrações tanto no ano quanto no acumulado em 12 meses, apesar da alta pontual observada em junho, muito por conta de conflitos ocorridos no mês em países produtores e em regiões que servem como rota de transporte do petróleo, como o Estreito de Ormuz”, disse ele.

O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, isto é, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação.