Economia

Pela 5° consecutiva BC deve elevar juros; maior nível em dois anos, estima mercado

Expectativa dos economistas dos bancos é de que a taxa Selic continue avançando nos próximos meses, e que atinja 8,25% ao ano no fechamento de 2021

Por Redação com G1 22/09/2021 17h05 - Atualizado em 22/09/2021 18h06
Pela 5° consecutiva BC deve elevar juros; maior nível em dois anos, estima mercado
Se confirmada, será a quinta elevação consecutiva da taxa básica de juros. Banco Central tenta conter a propagação das pressões inflacionárias. - Foto: Reprodução

Nesta quarta-feira (22), o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne e deve elevar a taxa básica de juros, a Selic, pela quinta vez consecutiva, de 5,25% para 6,25% ao ano — o maior patamar desde julho de 2019, ou seja, em pouco mais de dois anos. A decisão será anunciada após as 18h.

A expectativa dos economistas dos bancos é de que a taxa Selic continue avançando nos próximos meses, e que atinja 8,25% ao ano no fechamento de 2021.

O principal instrumento do Banco Central para conter a propagação da alta de preços é a taxa básica de juros, que é definida com base no sistema de metas de inflação. Normalmente, quando a inflação está alta, o BC eleva a Selic, e a reduz quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas predeterminadas.

Para 2021, a meta central de inflação é de 3,75%. Pelo sistema vigente no país, será considerada cumprida se ficar entre 2,25% e 5,25%. Neste momento, o BC já está olhando para a meta de inflação de 2022 para definir os juros. No próximo ano, a meta central de inflação é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%.

Em agosto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, ficou em 0,87%. Esta foi a maior taxa para um mês de agosto desde 2000. Em 12 meses, a inflação atingiu 9,68%, a mais alta desde fevereiro de 2016.

De acordo com levantamento do Instituto Superior de Administração e Economia da Fundação Getúlio Vargas (ISAE/FGV), mais da metade da inflação, neste ano, é resultado da disparada dos combustíveis, energia e carne. Esses estão entre os itens que mais têm pesado no bolso do brasileiro e na inflação.
O mercado financeiro estima que o a inflação medida pelo IPCA somará 8,35% neste ano, mais do que o dobro da meta central (7,5%) e acima do teto de 5,25% do sistema de metas. Para 2022, a previsão de inflação do mercado está em 4,10%, acima da meta central mas ainda dentro do intervalo de tolerância.