As cooperativas de materiais recicláveis em Mato Grosso são responsáveis pela reciclagem de cerca de 620 toneladas de resíduos por mês, segundo pesquisa realizada pelo Sebrae/MT entre julho e agosto de 2025. O estudo mapeou a estrutura, os desafios e o potencial de crescimento do setor, revelando que metade das cooperativas coleta em média 79 toneladas mensais.

Apesar de mais de 60% das cooperativas contarem com galpões próprios e veículos para coleta, apenas metade possui equipamentos essenciais como esteira, prensa e balança. Esses recursos são fundamentais para organizar o espaço, avaliar a qualidade dos materiais e melhorar o fluxo interno de trabalho, segundo a analista técnica Jaqueline Trentino, responsável pela pesquisa.

Os principais materiais reciclados são papel (63%), alumínio (62%) e plástico (61%). A maioria das vendas é feita para empresas intermediárias (68%) e indústrias (41%), enquanto apenas 21% das prefeituras mantêm contratos diretos com cooperativas.

Em nível nacional, o cenário é preocupante. De acordo com a Abrelpe, o Brasil produz cerca de 82 milhões de toneladas de lixo por ano, mas recicla apenas 5% desse total. Para o gerente de Desenvolvimento Territorial do Sebrae/MT, Sandro Rossi, é urgente promover políticas públicas e iniciativas populares que estimulem novos hábitos de consumo e descarte. O Sebrae atua com o programa Pró-Catadores para apoiar e profissionalizar o setor.

Lançado em 2025, o Pró-Catadores contempla 10 municípios nos biomas da Amazônia, Cerrado e Pantanal, incluindo Cáceres, Cláudia, Colíder, Conquista D’Oeste, Jaciara, Juara, Lucas do Rio Verde, Nossa Senhora do Livramento, Nova Mutum e Tangará da Serra. 

A primeira fase do projeto, que vai até 2026, envolve seis cooperativas e trabalha temas como segurança, gestão financeira e articulação com prefeituras para consolidar a reciclagem como parte da economia local.

Com foco na profissionalização e na geração de renda, o Sebrae/MT busca transformar a reciclagem em um vetor de desenvolvimento sustentável, promovendo uma economia mais circular e ambientalmente responsável no estado.