Economia
Participação do interior no PIB de Alagoas supera a capital, aponta IBGE
Levantamento do IBGE aponta que o crescimento dos municípios do interior está fortemente ligado ao setor agropecuário
A participação dos municípios do interior no Produto Interno Bruto (PIB) de Alagoas registrou um crescimento de 19% em 2023, na comparação com o ano anterior, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O avanço na produção de riquezas das cidades interioranas foi cinco pontos percentuais superior aos 14% apresentados por Maceió.
Entre 2022 e 2023, cinco municípios se destacaram pelo expressivo crescimento no PIB, com São José da Laje liderando com um aumento de 76,61% — o maior entre as 102 cidades alagoanas. Em seguida aparecem Belo Monte (75,80%), Taquarana (69,33%), Murici (62,06%) e Jundiá (46,64%).
O levantamento do IBGE aponta que o crescimento dos municípios do interior está fortemente ligado ao setor agropecuário. Santana do Mundaú lidera nesse segmento, com participação de 5,92%, seguida por Arapiraca (5,75%), Atalaia (5,29%), Coruripe (5,19%) e Branquinha (4,42%).
No que diz respeito ao avanço percentual no setor agropecuário, São Miguel dos Campos se destaca com um crescimento de 204,6% entre 2022 e 2023. Na sequência, aparecem Lagoa da Canoa (200,9%), Satuba (197,3%), Rio Largo (191,1%) e São José da Laje (163,1%).
Com exceção de Lagoa da Canoa, onde o crescimento foi impulsionado pelo cultivo de mandioca, nos demais municípios a cana-de-açúcar foi o principal fator de expansão.
No setor industrial, Maceió lidera com 43,4% de participação no PIB dos municípios alagoanos. Em seguida aparecem Marechal Deodoro (9,56%), Coruripe (5,2%), Arapiraca (5,1%) e Rio Largo (3,8%).
Entre as cidades que mais cresceram no setor industrial, Belo Monte ocupa a primeira posição com alta de 579%, impulsionada pela extração de minerais para a fabricação de adubos e fertilizantes. Taquarana (211,5%), São José da Laje (138,1%), Poço das Trincheiras (112,6%) e Matriz de Camaragibe (110,3%) completam o ranking.
No setor de serviços, Maceió também lidera, com participação de 42,7% no PIB alagoano. Em seguida estão Arapiraca (8,56%), Marechal Deodoro (2,49%), Rio Largo (2,39%) e Palmeira dos Índios (1,95%). Quanto ao crescimento, Murici se destaca com avanço de 69,9%, seguido de Barra de Santo Antônio (27,3%), Maravilha (26,2%), Belo Monte (25,2%) e Atalaia (25,07%).
Participação por município
Em 2023, a soma das riquezas produzidas nos municípios alagoanos atingiu R$ 89,68 bilhões. Segundo o IBGE, cinco municípios concentram 53% do PIB estadual. Maceió lidera com um PIB de R$ 33,7 bilhões (37,6% do total), seguida por Arapiraca (R$ 6,88 bilhões), Marechal Deodoro (R$ 3,18 bilhões), Coruripe (R$ 2,40 bilhões) e Rio Largo (R$ 2,03 bilhões). Juntas, essas cidades somaram R$ 48,24 bilhões em 2023.
PIB per capita
O levantamento também destaca os dez municípios com maiores PIBs per capita do estado. Santana do Mundaú lidera com R$ 99.564, seguido por Branquinha (R$ 88.438), Feliz Deserto (R$ 55.251), Marechal Deodoro (R$ 52.769) e Chã Preta (R$ 49.017). Na sequência estão Porto de Pedras (R$ 48.585), Jequiá da Praia (R$ 48.218), Coruripe (R$ 47.622), Atalaia (R$ 43.642) e Murici (R$ 42.895).
Em relação ao crescimento percentual do PIB per capita, Belo Monte aparece em primeiro lugar, com avanço de 80,33%. São José da Laje (76,61%), Taquarana (69,33%), Murici (62,06%), Jundiá (46,67%), Atalaia (44,16%), Lagoa da Canoa (44,05%), Roteiro (40,97%), Limoeiro de Anadia (39,48%) e Matriz de Camaragibe (38,62%) completam a lista.
Desigualdade de renda diminui
O IBGE também aponta que o Índice de Gini — principal indicador de desigualdade social e concentração de renda — recuou de 0,701 para 0,699 entre 2022 e 2023. O índice varia de zero (igualdade de renda perfeita) a 1 (desigualdade máxima).
Em 2013, o Índice de Gini em Alagoas era de 0,745, indicando uma redução gradual da concentração do PIB ao longo da última década.
Juliana Carla da Silva Santos, superintendente de Informações e Cenários da Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag), destaca que os resultados do PIB dos municípios evidenciam a interiorização do crescimento econômico em Alagoas, com redução da dependência de Maceió e sinais claros de desconcentração produtiva e melhoria na distribuição de renda.


