Com o objetivo de fortalecer o cooperativismo alagoano, A União das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária em Alagoas (Unicafes-AL) realizou, na manhã deste sábado (13), o Café com Cooperativismo, durante a Expo Bacia Leiteira, no Parque Mair Amaral, em Batalha. A iniciativa, que já se encontra em seu oitavo ano, faz parte da programação da exposição e aproxima quem vive no campo e quem pensa políticas públicas para o setor, sendo um momento de troca de experiências, planejamento e ações que beneficiam diretamente a agricultura familiar alagoana.

Com o tema “Cadeias produtivas ligadas ao cooperativismo”, o encontro discutiu como expandir a atuação direta do cooperativismo alagoano em um fluxo de quatro cadeias produtivas que Antonino Cardozo, presidente da Unicafes-AL, definiu como centrais, sendo eles grãos, fruticultura, origem animal e tubérculos. Estiveram presentes dez cooperativas de Arapiraca, Batalha, Belo Monte, Palmeira dos Índios, Pão-de-Açúcar, Matriz do Camaragibe, Piaçabuçu, Igaci, Inhapi e Olivença. Entre as lideranças políticas, estavam o secretário executivo de agricultura do estado de Alagoas, Ronaldo Targino, o secretário executivo do cooperativismo, associativismo e economi a solidária (Sedics) Júnior Benitz e o presidente da Junta Comercial de Alagoas, João Gabriel (Joãozinho).

Presença

“Nós não somos mais aquele cooperativismo que fala de uma liderança. Somos um cooperativismo que nos últimos anos evoluiu para falar da multiplicidade das suas cooperativas. Iniciamos um movimento que tinha um objetivo: chamar a atenção da sociedade para um setor, criado há menos de 20 anos, mas que precisava ser estruturado com política pública, com liderança séria, com propósito muito claro e definido. Nós precisamos dar o próximo passo: fazer o cooperativismo em Alagoas dar certo e dizer que estamos prontos para contribuir com o desenvolvimento econômico e social, mas, também, posicionar esse modelo de negócio na sociedade ala goana”, declarou Antonino Cardozo em fala de abertura do evento.

Políticas públicas

Durante o encontro, também foram apresentadas políticas públicas de acesso a crédito, com a presença do representante do Sistema de Cooperativas Financeiras do Brasil (SICOOB), principal instituição financeira do cooperativismo do Nordeste. “Hoje nós estamos aqui na Expo Bacia Leiteira para conversar um pouco com os produtores e com as produtoras sobre a importância do cooperativismo, a importância de cooperar, e o SICOOB, como cooperativa de crédito, está aqui se mostrando como parceiro para o desenvolvimento agropecuário no estado de Alagoas”, declarou Davi Tenório, responsável pelo agronegócio do SICOOB em Alagoas.

Outros programas em benefício do cooperativismo alagoano também receberam destaque, principalmente aqueles direcionados à juventude e às mulheres cooperadas. Antonino também destacou o papel fundamental dos dois segmentos no setor. “Para a gente poder contar a nossa história, passado, presente e futuro, nós começamos a apostar em duas coisas muito estratégicas, a organização das mulheres e a organização das juventudes. E, hoje, Alagoas dá um exemplo para o Brasil de como é envolver jovens, de como é envolver mulheres em atividades cooperativistas”, declarou.

“Como representante dos agricultores há mais de 20 anos, sinto que para que o homem possa se manter no campo com a sua família, é de grande importância que o governo e os poderes públicos façam com que o homem do campo seja valorizado, tenha assistência técnica, tenha crédito e possa ter a sua cooperativa para comercializar a sua produção. Com o cooperativismo forte, nós vamos ter geração de emprego, nós vamos ter geração de renda, e vamos poder manter o filho do agricultor, o jovem, no campo, produzindo e dando continuidade à cultura do seu pai”, destacou Francisco Souza Irmão, o “Chico da Capial&rd quo;, presidente da Cooperativa Agropecuária e Industrial de Arapiraca.

Papel econômico

Contribuindo para o crescimento do estado, o cooperativismo consolida-se como componente principal da economia alagoana, fortalecendo a geração de emprego e renda no estado, chegando a se tornar a principal fonte de arrecadação pública em alguns municípios. “Da arrecadação à geração de emprego e renda, nós também contribuímos. Mas, para que isso aconteça, chegou a hora dos cooperativistas, cada vez mais, se verem com o setor econômico que precisa ter espaço, ter vez e ter voz”, concluiu Antonino Cardozo.