A Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), maior cooperativa de café do mundo, informou nesta quinta-feira (14) que trabalha com parceiros americanos e o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) para buscar uma solução para preservar as exportações de café para os Estados Unidos.

Carlos Augusto Rodrigues de Melo, presidente da Cooxupé, disse que a imposição pelos EUA da tarifa de 50% tem impacto relevante sobre as exportações da cooperativa.

Ele observou que o mercado americano consome 25 milhões de sacas de café por ano e o Brasil exporta 8,1 milhões de sacas por ano ao país. Desse volume, a Cooxupé responde por 1,5 milhão a 1,8 milhão de sacas por ano.

“É um volume muito relevante para a cooperativa. Estamos trabalhando junto aos nossos clientes. Eles compram muito café para atender a Starbucks e a gente tem mantido diálogo direto”, afirmou Melo.

Para o executivo, o tarifaço não inviabiliza a exportação brasileira aos EUA neste momento, porque a oferta global de café é restrita. Mas pode haver aumento da oferta com a entrada da safra de outros países nos próximos meses.

A Cooxupé vai enviar uma comitiva à Ásia para tentar abrir mercado no continente. “Não deixaremos de fornecer café aos Estados Unidos. Acho que é uma questão de tempo para resolver essa questão, mas não se pode ter inércia. É importante continuarmos atentos e discutindo”, afirmou Melo.

Osvaldo Bachião Filho, vice-presidente da Cooxupé, ponderou que a cooperativa exporta café de alta qualidade ao mercado americano, que ainda paga acima de US$ 4 por libra-peso de café. “Nós precisamos desse mercado para vender nosso café de alta qualidade. É muito difícil outro cliente que pague o mesmo valor.