Ciência, tecnologia e inovação
Órgão técnico do Ministério da Saúde veta entrada de semaglutida e liraglutida no SUS
Parecer técnico aponta custo elevado e mantém semaglutida e liraglutida fora da rede pública

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) decidiu não incluir os medicamentos à base de semaglutida e liraglutida no Sistema Único de Saúde (SUS). O parecer técnico apontou o alto custo como principal obstáculo: até R$ 6 bilhões em cinco anos, segundo estimativas do Ministério da Saúde.
Os remédios, aplicados por canetas como Wegovy e Saxenda, são indicados para pacientes com obesidade grau II e III, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Apesar de aprovados pela Anvisa, os medicamentos seguirão disponíveis apenas na rede privada.
A decisão ocorre duas semanas após o anúncio de uma parceria entre a Fiocruz e a farmacêutica EMS para desenvolver versões nacionais das canetas. A expectativa é reduzir custos e ampliar o acesso.
Especialistas criticam a medida. A Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso) afirma que o veto compromete o tratamento de doenças crônicas graves. A endocrinologista Maria Fernanda Barca destaca que os medicamentos oferecem benefícios além da perda de peso, como melhora em inflamações e até em sintomas de Alzheimer.
Em nota, a Novo Nordisk, fabricante do Wegovy, reconheceu os desafios orçamentários do SUS, mas reforçou que a tecnologia é segura, eficaz e custo-efetiva.
