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Vape aumenta em 19% o risco de insuficiência cardíaca, diz estudo

Pesquisa apontou que uso de cigarro eletrônico prejudica o coração e pode levar a condição cardíaca grave

Por Metrópoles 03/04/2024 17h05
Vape aumenta em 19% o risco de insuficiência cardíaca, diz estudo
. - Foto: Getty Images

O uso de vape e cigarros eletrônicos pode aumentar o risco de desenvolver insuficiência cardíaca em até 19%. O dado é parte de um estudo que será apresentado no domingo (7/4) no encontro anual da American College of Cardiology e foi parcialmente adiantado para a imprensa.

A insuficiência cardíaca é um problema de saúde grave caracterizado por dificuldades na circulação sanguínea. Ela atinge cerca de 2 milhões de pessoas no Brasil e, nos casos mais graves, os pacientes precisam passar por um transplante de coração. Um exemplo é a situação do apresentador Faustão.

De acordo com a pesquisa recém-conduzida pelo cardiologista Yakubu Bene-Alhasan, o uso de nicotina aerossol sem combustão (comum aos cigarros eletrônicos, vapes e demais dispositivos eletrônicos para fumar) tem efeitos nocivos à saúde do coração.

“Muita gente ainda considera que esses equipamentos são inofensivos, mas a diferença de saúde que vimos foi substancial”, resumiu Bene-Alhasan no comunicado.

Como foi feito o estudo?

Para o estudo, os pesquisadores usaram informações de pesquisas e registros eletrônicos de saúde do All of Us, uma base de dados de saúde de adultos dos EUA. Dos 175 mil indivíduos pesquisados ao longo de 45 meses, 3,2 mil tiveram insuficiência cardíaca.

Analisando a população que fumava vapes e a que não fazia uso do dispositivo, a pesquisa apontou uma correlação entre os hábitos que indica 19% a mais de chance de aparecimento do quadro entre as pessoas que usam cigarros eletrônicos.

O uso dos equipamentos foi estatisticamente mais associado com um tipo de insuficiência chamado fração de ejeção preservada (ICFEp). Ela leva a um enrijecimento do músculo cardíaco, dificultando que o coração se encha. Por muitos anos, este diagnóstico foi associado ao envelhecimento, especialmente em mulheres, e a doenças crônicas como a diabetes e a pressão alta.