Agro
Asplana defende subvenção para evitar colapso do setor canavieiro
A proposta foi apresentada pelo senador Efraim Filho (PB) como emenda à Medida Provisória 1903/2025, e conta com o apoio do senador Fernando Farias (AL)
Diante da queda acentuada no preço do açúcar – e por tabela do ATR, que define o pagamento da cana aos fornecedores - , o setor sucroenergético de Alagoas vive um dos períodos mais difíceis das últimas décadas. Para evitar o colapso da atividade, a Asplana (Associação dos Plantadores de Cana de Alagoas) se uniu a outras entidades representativas do Nordeste e do país na defesa da aprovação de uma subvenção econômica de R$ 12 por tonelada de cana destinada aos produtores da região.
A proposta foi apresentada pelo senador Efraim Filho (PB) como emenda à Medida Provisória 1903/2025, e conta com o apoio do senador Fernando Farias (AL), que deve relatar o texto no Congresso Nacional. Segundo o presidente da Asplana, Edgar Filho, a subvenção é uma medida emergencial e indispensável para evitar a quebradeira em massa dos produtores e a perda de milhares de empregos no campo.
“Sem essa ajuda, o pequeno fornecedor não sobrevive. O preço do ATR caiu, o açúcar despencou no mercado internacional e o custo de produção está altíssimo. A subvenção é a única forma de garantir a continuidade da atividade e manter os empregos que a cana gera em Alagoas e em todo o Nordeste”, afirmou Edgar.
O dirigente lembra que o setor emprega mais de 60 mil pessoas diretamente em Alagoas e cerca de 130 mil em todo o Nordeste, sendo uma das principais bases econômicas e sociais da região. Segundo ele, o momento é de “grave ameaça” ao futuro da atividade.
“Estamos vivendo uma crise profunda. Há queda de preço, queda de produtividade e queda de rentabilidade. Se nada for feito, veremos uma quebradeira generalizada. A subvenção é um gesto de socorro necessário para evitar o desmonte do setor”, reforçou o presidente da Asplana.
Além da Asplana, o movimento é liderado pela Unida (União Nordestina dos Produtores de Cana) e pela Feplana (Federação dos Plantadores de Cana do Brasil), que articulam junto ao governo federal e ao Congresso Nacional a aprovação da medida. As entidades defendem que o subsídio seja direcionado principalmente para os fornecedores, mais afetados pela volatilidade do mercado e pela alta dos insumos agrícolas.
A proposta de subvenção tem ganhado apoio político em Brasília. O deputado federal Hugo Mota (PB), por exemplo, manifestou publicamente seu respaldo à iniciativa, destacando que o setor da cana do Nordeste foi um dos mais impactados por recentes aumentos de custos e pela desvalorização dos produtos exportados.
Para os produtores, a aprovação da medida é urgente. “A cana não pode esperar”, resume Edgar Filho. “Precisamos de uma decisão rápida para que os pequenos produtores tenham condições de atravessar este momento crítico. Sem apoio, há risco real de desmonte de um setor que garante renda, sustento e emprego para milhares de famílias alagoanas.”
A expectativa das lideranças é que a MP seja analisada ainda nas próximas semanas. Até lá, o setor segue mobilizado, tentando sensibilizar o governo federal e o Congresso para o que consideram uma questão de sobrevivência do agronegócio canavieiro do Nordeste.


