Agro

Tarifaço dos EUA pode gerar perdas de US$ 25 milhões por ano ao arroz brasileiro

Segundo as indústrias do setor, taxa de 50% elimina a competitividade do produto brasileiro no mercado americano

Por Globo Rural 07/08/2025 09h09
Tarifaço dos EUA pode gerar perdas de US$ 25 milhões por ano ao arroz brasileiro
Em 2024, o mercado americano respondeu por 13% do valor exportado de arroz branco pelo Brasil - Foto: jcomp/Freepik

O setor arrozeiro do Brasil está preocupado com os efeitos do decreto do governo dos Estados Unidos que impõe uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil, incluindo o arroz beneficiado. A medida passou a vigorar nesta quarta-feira (6).

Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), a taxa de 50% elimina, na prática, a competitividade do produto brasileiro no mercado americano, resultando em perdas estimadas de até US$ 25 milhões por ano para o setor arrozeiro nacional. “O cenário é preocupante a longo prazo, uma vez que excedentes de arroz no mercado interno tendem a gerar desequilíbrio de preços, comprometendo a viabilidade econômica do segmento” destaca a entidade.

Os Estados Unidos são hoje um dos mercados mais importantes para o cereal brasileiro. Segundo a Abiarroz, em 2024, o mercado americano respondeu por 13% do valor exportado de arroz branco, variedade de mais alta qualidade e maior valor agregado. De 2021 a 2024, as exportações para o país aumentaram mais de 50%, considerando somente o grão beneficiado.

“A aceitação do produto brasileiro pelo consumidor norte-americano indica potencial de absorção de volumes ainda maiores, com ampliação dos negócios entre os países. Essa relação, contudo, apresenta assimetrias importantes: enquanto os Estados Unidos encontram facilidade para substituir o grão brasileiro, o Brasil mantém nesse mercado um canal estratégico para escoamento de cerca de 10% do volume total beneficiado”, destaca a Abiarroz.

Diante dos riscos impostos ao setor, a Abiarroz reafirma a necessidade de avanço nas negociações por parte do governo brasileiro, “com postura diligente e altiva, mas também cautelosa, considerando a vulnerabilidade de setores como o arrozeiro”.