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Plínio Nastari traça panorama do setor sucroenergético nacional no XL Simpósio da Cana de Açúcar de Alagoas

Durante palestra magna que abriu o evento, o fundador da DATAGRO trouxe dados e expectativas de produção nacional e internacional do setor

Por BCCOM Comunicações 10/07/2025 05h05
Plínio Nastari traça panorama do setor sucroenergético nacional no XL Simpósio da Cana de Açúcar de Alagoas
Plínio Nastari traça panorama do setor sucroenergético nacional no XL Simpósio da Cana de Açúcar de Alagoas - Foto: BCCOM Assessoria

Começou nesta terça, 08, a 40ª edição do Simpósio da Cana de Açúcar de Alagoas. O evento, que acontece no Centro de Convenções de Maceió e vai até dia 11, contará com nomes de referência do setor sucroalcooleiro nacional e internacional para compartilhar seus conhecimentos, apresentar pesquisas e soluções que vão beneficiar diretamente às indústrias de Alagoas. Plínio Nastari, fundador da DATAGRO - uma das maiores consultorias de commodities do mundo -, assumiu a incumbência de abrir o evento, traçando um panorama do etanol nacional no exterior a médio e longo prazo.

Durante a palestra, Plínio trouxe dados dos principais produtores de cana do mundo, como China e Índia. Afirmou que a paridade do açúcar chinês e brasileiro é a mesma e que a China sofre com baixos estoques do produto, fenômeno causado principalmente pelas condições climáticas que causaram desafios na colheita. Já no Ocidente, o preço do açúcar em Nova York caiu 25% no último ano, chegando a sair quase a custo de produção (Cerca R$ 1970/80 por tonelada).

Quanto ao etanol, Plínio afirmou que a demanda pelo etanol hidratado permanece relativamente firme, e que o custo FOB (Free On Board, referente ao preço do produto no local do embarque) da região Nordeste é igual ao de Santos. Fatores como a falta de chuva e incêndios nas plantações também foram decisivos para que a moagem da cana-de-açúcar no Centro Sul atrasasse, fazendo com que as usinas decidissem postergar a safra para que a cana do primeiro terço tivesse um melhor desenvolvimento fisiológico.

Outro fator que vai mudar a curva de comercialização, segundo Plínio Nastari, é a ascensão do etanol de milho, principalmente na região Norte-Nordeste, que compete com a cana-de-açúcar. As duas regiões chegaram a 140 Kg de ATR na safra 2024/25, o que compensou as perdas do ano passado.

Plínio detalhou aspectos mercadológicos que estabelecem o Brasil em uma posição favorável mundialmente. O Brasil lidera a corrida da transição energética e é considerado a vanguarda dos biocombustíveis, que estão gradualmente substituindo os combustíveis fósseis, sendo o etanol um deles, definido como uma “solução imediata”, com benefícios ambientais e à saúde já comprovados. Oferece preços acessíveis e permite aos fabricantes sustentabilidade e longevidade para o uso da gasolina, e é escalável, ou seja, pode crescer com o tempo utilizando matérias primas disponíveis, incluindo resíduos orgânicos para a conversão celulósica em etanol.

O presidente da Datagro citou, ainda, algumas políticas públicas que colocam o Brasil a frente do mercado sucroenergético, como a Lei Combustível do Futuro, que aumentou a porcentagem da mistura do etanol na gasolina para 30%; a certificação individual concedida pelo Instituto RenovaBio; a Emenda Constitucional 123, que assegura o diferencial competitivo entre s combustíveis e os biocombustíveis em patamar igual ou superior ao vigente do ano de sua constituição; o Programa MOVER, que defende a descarbonização dos veículos produzidos e comercializados no país e o PATEN (Programa de Aceleração da Transição Energética), que viabiliza o uso de títulos públicos como garantia para investimentos em projetos de transiçã ;o energética.

Plínio Nastari finalizou a palestra magna constatando que o setor sucroenergético nacional está em uma posição confortável, mesmo requerendo atenção tanto no curto quanto no médio e longo prazo, mas que é o mais competitivo produtor de cana e de açúcar do mundo.