Agro

Bazulaque e Macururé: queijos alagoanos querem certificação para ganhar o mundo

Desenvolvido em parceria entre o instituto e produtores locais, queijos buscam certificação que assegura modelo artesanal e característico de produção

Por Ylailla Moraes* 05/10/2023 08h08 - Atualizado em 05/10/2023 11h11
Bazulaque e Macururé: queijos alagoanos querem certificação para ganhar o mundo
Bazulaque e Macururé: conheça os queijos exclusivos de Alagoas produzidos no Sertão do estado - Foto: BCCOM Comunicação

Brazulaque e Macururé. Esses dois nomes que podem parecer estranhos a princípio denominam duas novas marcas de queijos genuinamente alagoanas, com produção artesanal e características próprias de sabor. Eles foram expostos ao grande público durante a 40° Expo Bacia Leiteira, que aconteceu no fim do mês de setembro, em Batalha.

Desenvolvido por pequenos produtores da região, e documentado através de um projeto que contou com a participação de alunos do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) do campus de Batalha, os queijos Brazulaque e Macururé agora passam pelo processo para conseguir as certificações Arte e de Queijo Artesanal do Ministério da Agricultura, que asseguram os produtos de origem animal, elaborados artesanalmente e que contam com receita e características tradicionais e regionais.

A professora do IFAL Luana Cypriano, responsável pela exposição dos produtos durante a Expo Bacia, afirmou que “em nenhum lugar do Brasil encontra-se uma produção tão característica”. Segundo ela, é um grande sonho de de todos conseguir o selo Arte, já presente no estado, mas que ainda não abrange pequenos produtores. 

Luana Cypriano é professora do IFAL, em Batalha

“Alagoas tem queijo artesanal, gostoso, único e seguro do ponto de vista alimentar, mas embora haja outras produções de queijos em Alagoas como é o caso do coalho, manteiga e de raspa, os queijos bazulaque e macururé são exclusivos do estado de Alagoas.


A produção dos queijos é feita através de uma análise microbiológica e físico-química, com atenção ao teor de gordura e de umidade, já em relação ao caráter microbiológico, graças a elevada temperatura necessária para a produção, não é encontrado nenhum microorganismo patogênico nos alimentos. Luana afirma que o consumo é seguro e que a análise foi feita com mais de vinte cinco produtos.

“O grande sonho da equipe de pesquisa é termos os queijos alagoanos com essa marca registrada para ganhar o Brasil e por que não o mundo?”, almeja a professora, com entusiasmo. Ela garante que o a produção alagoana tem grande potencial e ressalta a qualidade dos produtores do estado. “Em Alagoas temos queijeiros maravilhosos", garante.

“Eu estou extremamente realizada em ver esse pavilhão” afirma Luana e diz que para o próximo ano a expectativa é de que a participação seja ainda maior. Ela ainda reforça que o projeto precisa de apoio e incentivo do governo para dar visibilidade ao trabalho dos produtores e artesãos que fazem parte do processo de fabricação dos queijos.

“A gente tem muito potencial e precisa crescer”, afirma ela, e diz que com a orientação e suporte dos órgãos competentes em um trabalho conjunto, o projeto pode sair dar ainda mais visibilidade aos produtores locais.

*Estagiária sob supervisão