Em tempos de COP 30, Alagoas mostra que sabe cuidar bem do planeta — e das pessoas. No encontro mundial sobre o clima, o PSA — Pagamento por Serviços Ambientais, programa do Instituto do Meio Ambiente (IMA) — conquistou reconhecimento internacional por incentivar práticas sustentáveis e valorizar quem protege o meio ambiente.

O presidente do IMA, Gustavo Lopes e o governador Paulo Dantas (MDB) levaram para COP, em Belém (PA), dois projetos que fortalecem as políticas ambientais no estado: o PSA e o Selo Alagoas pelo Clima (veja abaixo). A iniciativa ocorreu no painel articulado pelo Consórcio Nordeste com o objetivo de apresentar experiências exitosas desenvolvidas na região.

Mas, por coincidência (ou ironia poética), um outro PSA também é o símbolo da prevenção ao câncer de próstata, tema central do Novembro Azul. E se no campo ambiental o Estado brilha lá fora, na saúde o protagonismo vem de casa: o médico urologista Dr. Mário Ronalsa, que idealizou o programa Saúde do Homem Rural, vem transformando o modo como o homem alagoano cuida de si.

Criado a partir de uma articulação com o SENAR e a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), por iniaciativa de Ronalsa, o projeto pioneiro no Brasil e no mundo já realizou mais de 13 mil atendimentos em comunidades rurais, levando exames, orientações e diagnósticos a quem, muitas vezes, nunca havia passado por uma consulta urológica.

Durante os mutirões, são oferecidos exames de sangue (PSA), avaliações clínicas e o famoso toque retal — etapa ainda cercada de preconceito, mas que em Alagoas tem surpreendido: a aceitação entre os homens ultrapassa 99%, segundo o médico.

Os números justificam a importância da prevenção. O câncer de próstata é o segundo mais frequente entre os homens, atrás apenas dos tumores de pele não melanoma. No Brasil, são 75 mil novos casos por ano e 16 mil mortes. Em Alagoas, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima cerca de 960 novos diagnósticos anuais, a maioria em Maceió. A boa notícia é que, quando descoberto no início, o câncer de próstata tem mais de 90% de chance de cura.

Os números também justificam a necessidade de prevenção ambiental, embora os negacionistas continuem acreditando que desastres como os provocados pela mineração, seja em Maceió ou Mariana, ou a desertificação da caatinga, a poluição do ar, da água dos rios e dos mares, não possam mudar o clima.

Durante entrevista ao Blog do Edivaldo Júnior, Dr. Mário Ronaldo reforçou que cuidar da saúde deve ser um hábito e não uma exceção: “O homem precisa se conscientizar de que o exame é rápido, simples e pode salvar vidas. A prevenção é o melhor remédio. E, quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances de cura.”

Em entrevista durante a COP, Gustavo Lopes defendeu que “o PSA é uma das inovações de Alagoas que paga quem mantém a floresta em pé e quem preserva o meio ambiente. As mulheres têm um lugar de destaque, principalmente no edital agroecologia, garantindo a preservação da biodiversidade para as próximas gerações”.

Enquanto o PSA ambiental coloca Alagoas entre os exemplos globais de sustentabilidade, o PSA da saúde — defendido por Mário Ronaldo — é um exemplo do o compromisso do Estado com a vida. Dois programas distintos, mas com algo em comum: ambos mostram que prevenir é sempre melhor do que remediar.

Neste Novembro Azul (e Verde), Alagoas dá aula de cuidado: do planeta aos seus cidadãos. E, agora “até as Marias de Alagoas já sabem o valor do PSA — seja no campo, na cidade ou no consultório”.