O deputado federal Paulão (PT-AL) garantiu nesta segunda-feira (10) que chega “tranquilo” ao Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL) para acompanhar a retomada do julgamento que pode, de forma indireta, afetar seu mandato. Segundo ele, embora não seja réu no processo, a ação movida pelo Republicanos visa beneficiar o candidato Nivaldo Albuquerque (PR) e, para isso, tenta anular os votos do suplente João Catunda (PP). “Eu vou tranquilamente ao TRE por que confio na Justiça e por não ter cometido crime algum”, afirmou.

Em tom de crítica, Paulão afirmou que há quem esteja “contrariado” com sua eleição — obtida com 66 mil votos — e tenta criar subterfúgios para cassar seu mandato. Para o parlamentar, a ação representa “tentativa transversa” de alterar o resultado das urnas de 2022. Ele disse confiar “no bom direito e na justiça” do Estado, enfatizando que não vê motivos jurídicos para qualquer ameaça ao cargo que ocupa na Câmara.

O caso que chega novamente à análise do TRE-AL envolve o suplente João Catunda, segundo mais votado da coligação PP, com mais de 24 mil votos. O Republicanos, presidido pelo deputado estadual Antônio Albuquerque, pede a anulação desses votos, o que provocaria uma recontagem geral das vagas da bancada alagoana. Em tese, o movimento permitiria o retorno de Nivaldo Albuquerque ao mandato de deputado federal.

A ação corria em segredo de justiça e só recentemente Paulão tomou conhecimento de que poderia ser afetado pelo resultado. Na última sessão do TRE, a corte acolheu o pedido da defesa do petista para incluí-lo como “assistente passivo”, garantindo acesso aos autos e direito de manifestação. O parlamentar argumenta que jamais poderia ter sido surpreendido com uma manobra que, inicialmente, o excluía da discussão.

A controvérsia tem forte impacto político: o PP de Arthur Lira — legenda de Catunda — e o Republicanos disputam espaço na bancada federal alagoana, e a eventual anulação dos votos do candidato progressista reconfiguraria o resultado da eleição de 2022.

O plenário do TRE se reúne a partir das 14h desta segunda-feira para analisar novamente o caso. A sessão pode definir se haverá ou não recálculo dos votos e, consequentemente, se o mandato de Paulão seguirá intacto diante da disputa jurídica que envolve coligações, suplências e interesses partidários.

Com agências.