Política
Vereador do PL repudia aprovação de cotas para pessoas trans na Ufal
Em vídeo, Caio Bebeto se contradiz sobre a comunidade e ataca a esquerda política
O vereador por Maceió, Caio Bebeto (PL), publicou um vídeo nas redes sociais repudiando a decisão do Conselho Universitário da Universidade Federal de Alagoas (Consuni Ufal) em aprovar a implementação de uma política de cotas destinada a pessoas transexuais nos cursos de graduação.
Nas imagens, publicadas por volta das 18h40 dessa terça-feira (4), no Instagram, o político mostra um cartaz anunciando a aprovação da pauta, com a seguinte frase "Cotas trans aprovadas na Ufal! A universidade vai transicionar".
Revoltado - e demonstrando que é contra pessoas trans -, Caio se contradiz e afirma que não tem nada contra a comunidade, e que é "defensor" de que todas elas tenham os direitos garantidos.
"Vejam só o absurdo que está acontecendo em Alagoas. Primeiramente, queria deixar claro que não tenho absolutamente nada contra às pessoas trans, inclusive sou defensor de que todas elas tenham seus direitos resguardados. Mas, quando a gente vem tratar de concorrência para entrar em uma universidade pública ou concurso público, elas precisam concorrer contra todo mundo. Não faz o menor sentido a criação dessa cota", destacou o vereador.
Para ele, o problema também estaria nas bancas avaliadoras para comprovarem a "efetividade" da identidade de gênero da pessoa como, por exemplo, se a pessoa seria avaliada se é trans ou não, ou se seria "fraude".
Logo depois de justificar o seu repúdio à decisão, Caio Bebeto continua, no vídeo, afirmando que poderia haver abertura de "brechas" para possíveis golpes. Além disso, ele atacou a esquerda política.
"Isso acontece porque a esquerda está enraizada em todos os administrativos daqui de Alagoas, em vez dele incentivar o aluno para estudar e através da meritocracia conseguir alcançar sua vaga, não, o estado quer dar de mão dada aquela vaga para aquela pessoa simplesmente por ela ser trans. Ser trans não implica em momento algum com a falta de acesso à educação ou uma desigualdade na concorrência de um curso em uma universidade federal", concluiu.
Ao final do vídeo, o vereador conclui sua fala de repúdio e rasga o cartaz.
Sobre a decisão
A decisão do Consuni Ufal foi tomada nessa terça-feira (4).
Para viabilizar a medida, o Consuni instituiu uma comissão coordenada pela Pró-reitoria de Graduação (Prograd), encarregada de elaborar a Política de Cotas Trans e encaminhar até o fim de novembro toda a documentação ao Ministério da Educação, garantindo a reserva de vagas já no Sisu-Ufal de 2026.
A comissão será composta por representantes da Pró-reitoria Estudantil (Proest), da Copeve, do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) e de membros do próprio Consuni. Além da formulação do modelo de ingresso, o grupo também irá discutir ações de permanência para estudantes trans, incluindo suporte institucional e inclusão acadêmica.


