Política
JHC rompe com Mesaque e Gunnar e PL sofre baixas na chapa de federal
O movimento ocorre momento em que o prefeito trabalha na articulação de uma chapa competitiva de deputado federal
O prefeito de Maceió, JHC (PP), rompeu politicamente nesta segunda-feira (27/10) com o deputado estadual Mesaque Padilha (União) e com o ex-aliado Gunnar Nunes, apontado como um dos nomes mais fortes na disputa por uma vaga na Câmara Federal. Os dois são da Assembleia de Deus e devem ter o apoio da igreja nas próximas eleições.
O rompimento foi confirmado na prática com a exoneração de mais de 50 pessoas ligadas aos dois políticos de cargos comissionados da Prefeitura de Maceió.
As exonerações, divulgadas por assessores do próprio prefeito, atingem cargos ocupados por indicações de Mesaque e de Gunnar. O gesto, interpretado nos bastidores como uma reação política à filiação de Gunnar ao PP (em ato comandado pelo deputado federal Arthur Lira) e marca o fim da aliança entre JHC e dois apoiadores que até então contribuíam para a consolidação do seu grupo em Maceió e no interior.
O movimento ocorre momento em que o prefeito trabalha na articulação de uma chapa competitiva de deputado federal para a eleição de 2026. Gunnar, que migrou deixou o PL, tende a ser um nome importante na disputa federal, o que coloca o ex-aliado em rota de colisão direta com o projeto político de JHC — especialmente porque o PL o partido onde deve concorrer a primeira-dama de Maceió, Marina Cândida, apontada como favorita para puxar votos na legenda.
Com a saída de Gunnar e o afastamento de Mesaque Padilha, o prefeito perde duas pontes importantes junto a segmentos do eleitorado evangélico, especialmente dentro da Assembleia de Deus — uma das igrejas mais organizadas e influentes em Alagoas.
A ligação de JHC com lideranças evangélicas é reconhecida como uma das bases mais sólidas de seu apoio popular, e a perda de aliados nesse campo representa um desafio adicional para a montagem da chapa proporcional.
Apesar das dificuldades, interlocutores próximos ao prefeito avaliam que JHC deve reagir rapidamente. A expectativa é que ele busque novos nomes para recompor o grupo no PL, partido no qual tem compromisso de construir uma nominata forte o suficiente para garantir, no mínimo, uma cadeira na Câmara Federal.
Mesmo com o abalo momentâneo, aliados do prefeito acreditam que JHC continuará exercendo influência sobre as bases evangélicas e que o rompimento, embora relevante, não compromete o seu projeto político mais amplo para 2026. Contudo, o episódio expõe fissuras em um grupo que, até pouco tempo, se apresentava como um dos mais coesos do cenário político alagoano.


