Política
Divisão marca bancada alagoana em votação que derrubou MP da taxação de investimentos
Quatro parlamentares votaram contra a proposta do governo, enquanto três defenderam a manutenção da medida que poderia gerar R$ 17 bilhões em 2026

A bancada de Alagoas na Câmara dos Deputados se dividiu durante a votação que resultou na caducidade da Medida Provisória (MP) 1303/2025, proposta que previa a taxação de rendimentos de aplicações financeiras e apostas esportivas.
A medida, que poderia ampliar a arrecadação federal em cerca de R$ 17 bilhões no próximo ano, foi retirada de pauta na noite dessa quarta-feira (8), configurando uma derrota significativa para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Dos sete deputados federais alagoanos, quatro votaram a favor do adiamento da votação, o que inviabilizou a proposta, enquanto três se posicionaram alinhados ao Palácio do Planalto, defendendo a manutenção da MP.
Votaram pelo adiamento da MP:
Alfredo Gaspar (União Brasil-AL)
Delegado Fábio Costa (PP-AL)
Marx Beltrão (PP-AL)
(ausente na sessão ou voto não registrado no sistema)
Votaram contra o adiamento (a favor do governo):
Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL)
Luciano Amaral (PSD-AL)
Paulão (PT-AL)
Rafael Brito (MDB-AL)
O placar nacional foi de 251 votos favoráveis ao adiamento e 193 contrários, o que resultou na perda de validade da medida às 23h59 do mesmo dia. O texto previa novas regras de tributação para fundos de investimento, ativos digitais e apostas esportivas, além de medidas compensatórias à revogação do aumento do IOF.
A derrota do governo foi articulada principalmente por líderes do Centrão e da bancada do agronegócio, que se uniram à oposição para barrar a medida. Segundo o líder do governo na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), houve quebra de um acordo firmado anteriormente com chefes partidários.
Nos bastidores, a movimentação teria contado com a influência de Ciro Nogueira (PP), Antônio Rueda (União Brasil) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) — este último, cotado como um dos principais nomes da direita para disputar a Presidência da República em 2026.
Com o fim da MP, o governo perde uma das principais fontes de compensação fiscal previstas para 2026, reforçando o desafio de manter as metas de equilíbrio das contas públicas.
