Política

Divisão marca bancada alagoana em votação que derrubou MP da taxação de investimentos

Quatro parlamentares votaram contra a proposta do governo, enquanto três defenderam a manutenção da medida que poderia gerar R$ 17 bilhões em 2026

Por Esther Barros 09/10/2025 08h08
Divisão marca bancada alagoana em votação que derrubou MP da taxação de investimentos
Alfredo Gaspar (União-AL), Delegado Fabio Costa (PP-AL) e Marx Beltrão (PP-AL) , optaram por tirar 17 bilhões dos cofres públicos. - Foto: Reprodução

A bancada de Alagoas na Câmara dos Deputados se dividiu durante a votação que resultou na caducidade da Medida Provisória (MP) 1303/2025, proposta que previa a taxação de rendimentos de aplicações financeiras e apostas esportivas. 

A medida, que poderia ampliar a arrecadação federal em cerca de R$ 17 bilhões no próximo ano, foi retirada de pauta na noite dessa quarta-feira (8), configurando uma derrota significativa para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Dos sete deputados federais alagoanos, quatro votaram a favor do adiamento da votação, o que inviabilizou a proposta, enquanto três se posicionaram alinhados ao Palácio do Planalto, defendendo a manutenção da MP.


Votaram pelo adiamento da MP
:

Alfredo Gaspar (União Brasil-AL)

Delegado Fábio Costa (PP-AL)

Marx Beltrão (PP-AL)

(ausente na sessão ou voto não registrado no sistema)

Votaram contra o adiamento (a favor do governo):


Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL)

Luciano Amaral (PSD-AL)

Paulão (PT-AL)

Rafael Brito (MDB-AL)

O placar nacional foi de 251 votos favoráveis ao adiamento e 193 contrários, o que resultou na perda de validade da medida às 23h59 do mesmo dia. O texto previa novas regras de tributação para fundos de investimento, ativos digitais e apostas esportivas, além de medidas compensatórias à revogação do aumento do IOF.

A derrota do governo foi articulada principalmente por líderes do Centrão e da bancada do agronegócio, que se uniram à oposição para barrar a medida. Segundo o líder do governo na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), houve quebra de um acordo firmado anteriormente com chefes partidários.

Nos bastidores, a movimentação teria contado com a influência de Ciro Nogueira (PP), Antônio Rueda (União Brasil) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) — este último, cotado como um dos principais nomes da direita para disputar a Presidência da República em 2026.

Com o fim da MP, o governo perde uma das principais fontes de compensação fiscal previstas para 2026, reforçando o desafio de manter as metas de equilíbrio das contas públicas.