Política
PGR denuncia Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo por coação
Ação envolve suposta pressão sobre o STF e articulações nos Estados Unidos

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o blogueiro Paulo Figueiredo pelo crime de coação no curso do processo. A denúncia foi apresentada no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga a atuação de ambos junto ao governo dos Estados Unidos para promover sanções contra o Brasil e pressionar ministros da Corte.
Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, os dois acusados, que estão nos Estados Unidos, ajudaram a articular medidas de retaliação com o objetivo de impedir a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por envolvimento em uma suposta trama golpista. Gonet afirmou que a estratégia visava instaurar um clima de instabilidade e temor, projetando sobre as autoridades brasileiras a ameaça de represálias estrangeiras.
De acordo com a denúncia, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo se apresentaram publicamente como articuladores das sanções e condicionaram sua suspensão à não condenação de Bolsonaro no processo penal. “Apresentaram-se como patrocinadores dessas sanções, como seus articuladores e como as únicas pessoas capazes de desativá-las”, afirmou Gonet.
Embora investigado no mesmo inquérito, Jair Bolsonaro não foi denunciado nesta etapa. Ele cumpre prisão domiciliar e está monitorado por tornozeleira eletrônica. No início de setembro, foi condenado por crimes como organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado e deterioração de patrimônio público.
Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente João Batista Figueiredo, reside nos Estados Unidos com visto permanente. Empresário e comunicador, ele também foi denunciado por disseminar desinformação relacionada à trama golpista.
