Política
Ciro Gomes é alvo de pedido de prisão por violência política de gênero
Ex-ministro é réu por violência política de gênero na Justiça Eleitoral do Ceará

A Advocacia do Senado Federal protocolou, na última quinta-feira (4), um pedido de prisão preventiva contra o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), acusado de violência política de gênero contra a ex-senadora e atual prefeita de Crateús (CE), Janaína Farias (PT).
O pedido foi feito no âmbito de uma ação penal eleitoral movida pelo Ministério Público Eleitoral. O caso teve início em abril de 2024, quando Janaína assumiu temporariamente uma vaga no Senado, substituindo o então senador Camilo Santana, atual ministro da Educação.
Na ocasião, Ciro se referiu à petista como “assessora para assuntos de cama do Camilo Santana” e “cortesã”. Pelas declarações, foi condenado em maio deste ano pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) ao pagamento de R$ 52 mil em indenização à prefeita.
O novo pedido de prisão preventiva foi motivado por declarações recentes de Ciro, feitas em entrevistas, nas quais voltou a atacar Janaína. Em agosto, ele afirmou que a prefeita “recrutava moças pobres e de boa aparência para fazer o serviço sexual sujo do senhor Camilo Santana”. A Advocacia do Senado aponta reincidência, influência política do ex-ministro e risco à integridade da prefeita como justificativas para a medida.
Caso a prisão não seja decretada, o órgão sugere medidas alternativas, como proibição de contato com Janaína, impedimento de manifestações públicas ofensivas e restrição de aproximação física a menos de 500 metros.
Durante o Congresso Estadual do PT, no sábado (6), Janaína comentou o episódio: “Esse segundo ataque dele foi destemperado, mas é o jeito dele de ser mesmo. Covardemente, porque ele queria atacar uma pessoa, não ataca, mas ataca a mim”, disse, segundo o portal Diário do Nordeste.
Ela também afirmou que as novas declarações são “ainda mais graves” e que, agora como prefeita, os ataques prejudicam sua imagem perante os cidadãos de Crateús.
A defesa de Ciro Gomes, representada pelo advogado Walber Agra, afirmou que o pedido busca “criminalizar um discurso nitidamente político” e “constranger” o ex-ministro, negando a acusação de violência política de gênero. “O que ele quer enfocar é que houve critérios não-republicanos para a escolha de cargos importantes no Ceará”, declarou.
A defesa informou que deve contestar o pedido de prisão preventiva ainda nesta segunda-feira (8).
