Política
“Discriminação reversa” na cota de gênero e amplia risco de cassações
O advogado e presidente estadual do Solidariedade, Adeilson Bezerra, levantou uma grande polêmica durante sua palestra

O debate sobre as cotas de gênero nas eleições ganhou força durante o Encontro Nacional de Gestores e Legislativos Municipais, realizado em Maragogi/AL, nesta sexta-feira (22/08). O advogado e presidente estadual do Solidariedade, Adeilson Bezerra, levantou uma grande polêmica durante sua palestra: a chamada “discriminação reversa” na aplicação da súmula 73 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo ele, a interpretação atual da norma considera apenas candidaturas femininas como “laranjas”, ignorando situações semelhantes envolvendo candidatos homens. O resultado, alerta Bezerra, é a cassação de mandatos conquistados legitimamente, em muitos casos de vereadores que tiveram votações expressivas. “Trata-se de um cenário preocupante, que ameaça diretamente a vontade do eleitor”, afirmou.
A legislação brasileira exige que, no mínimo, 30% das candidaturas sejam femininas. Apesar do avanço no estímulo à participação das mulheres, partidos em diversos estados — inclusive em Alagoas — enfrentam dificuldades em compor chapas com candidatas competitivas. O TSE e os tribunais regionais eleitorais têm endurecido a fiscalização, e a consequência imediata é a cassação de parlamentares eleitos, com base em fraudes à cota de gênero.
Bezerra defende ainda a anistia para vereadores já cassados nessas circunstâncias. Ele citou que, em cerca de 30% dos casos, as próprias vereadoras eleitas acabam sendo as principais prejudicadas. A proposta foi apoiada pelo presidente da União dos Vereadores do Brasil (UVB), Gilson Conzatti, que se comprometeu a dar andamento à ideia.
O debate sobre a aplicação da cota de gênero, longe de ser apenas técnico, tem efeitos diretos na representatividade e na legitimidade dos mandatos. Para além do cumprimento da lei, está em jogo a preservação do voto popular, que não pode ser relativizado por interpretações que, segundo críticos, carecem de equilíbrio e proporcionalidade.

Veja texto da assessoria
Adeilson Bezerra fala sobre discriminação reversa nas candidaturas femininas em evento nacional
O presidente estadual do Solidariedade de Alagoas, o advogado Adeilson Bezerra, participou nesta sexta-feira (22) do Encontro Nacional de Gestores e Legislativos Municipais em Maragogi/AL.
Bezerra foi convidado para um painel sobre o Projeto de Lei Complementar (PLP) 112/2021 conhecido como o Novo Código Eleitoral aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), do Senado Federal.
O ponto alto da palestra foi quando Bezerra alertou as mulheres sobre a súmula 73 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que versa sobre a cota de gênero.
Segundo ele, "a súmula estabelece que apenas candidaturas femininas são consideradas laranjas e que os candidaturas masculinas, independente do volume de recursos e votação, não são consideradas candidaturas laranjas". "Trata-se de discriminação reversa", pontua o advogado.
Anistia Já
O advogado Adeilson Bezerra defendeu ainda a anistia para os vereadores eleitos nas eleições de 2024, que foram cassados pela alegada fraude a cota de gênero. Ele demonstrou que em 30% dos casos as vítimas são as próprias vereadoras eleitas.
O presidente da União dos Vereadores do Brasil (UVB), Gilson Conzatti apoiou à ideia e vai encampar o projeto formulado por Bezerra.
De acordo com Bezerra, "o evento é muito produtivo e de grande importância nacional com a participação de gestores e representantes de mais de 100 município".
O evento, que teve o início no último dia 20, no Praia Dourada Maragogi Park será encerrado neste sábado (23) com a presença do presidente da UVB, Gilson Conzatti e do presidente da UVB - Pernambuco, Dr. Edmilson Henaulth.
Objetivo
O objetivo do encontro é fortalecer o Poder Legislativo Municipal, apresentando temas para a qualificação e melhor conhecimento aos gestores, vereadores e os cidadãos envolvidos com o legislativo municipal. Além de promover a integração entre os membros das câmaras municipais do Brasil.
Entre o público alvo, vereadores, prefeitos e vices, secretários, administradores, assessores e tecnicos, procuradores, servidores públicos em geral.
