A escolha da procuradora Marluce Caldas para o STJ foi feita por méritos. Ela venceu todas as etapas, até chegar a lista tríplice por competência pessoal. Daí por diante, a nomeação ganhou viés político. E foi nessa etapa que passou a atuar o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PL), sobrinho da nova ministra.

Entre idas e vindas a Brasília, após nove meses, JHC se aproximou do governo Lula e teria fechado, com as “bençãos” do próprio presidente um acordo pilotado por Arthur Lira para ficar na prefeitura de Maceió até o final do mandato e não disputar nem o governo, nem o Senado no próximo ano.

O acordo “limparia” o terreno para Arthur Lira disputar o Senado em 2026 e teria sido costurado com a ajuda da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

Um influente interlocutor, presente a “batida de martelo” relata que ao final do encontro, Arthur Lira teria perguntado a JHC : “você vai me apoiar, você vai votar em mim em 2026?”, e JHC ao estilo, teria devolvido a “gentileza” com outra com uma cutucada: “se você apoiar o presidente Lula eu voto em você”.

O acordo teria sido fruto da persistência de Arthur Lira, que é apontado como um dos principais responsáveis pelo atraso de nove meses na nomeação de Marluce. Teria sido a pedido dele que o presidente Lula segurou a indicação da nova ministra.

O posicionamento do ex-presidente da Câmara dos Deputados no episódio provocou o distanciamento entre ele e o prefeito de Maceió, que exonerou todos os cargos de comissão ligados a Lira. E nesse processo, JHC , que pretendia ser candidato ao Senado terminou se aproximando dos Renans. Mas essa é outra história.