Política
Indicação de Marluce Caldas ao STJ esbarra em articulações de Arthur Lira
De acordo com colunista, Lira teria solicitado um “tempo” ao Palácio do Planalto antes que Lula tomasse a decisão final

A definição da segunda vaga no Superior Tribunal de Justiça (STJ) segue sem desfecho, e o motivo vai além dos currículos dos indicados. De acordo com informações do colunista Igor Gadelha, do portal Metrópoles, a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está sendo adiada por articulações políticas que envolvem o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP) e o prefeito de Maceió, JHC (PL), ambos com potencial protagonismo nas eleições de 2026 em Alagoas.
Segundo Gadelha, Lira teria solicitado um “tempo” ao Palácio do Planalto antes que Lula tomasse a decisão final. O deputado pretende disputar uma vaga no Senado em 2026, mas teme uma eventual candidatura de JHC na mesma eleição, possivelmente com o apoio de Renan Calheiros (MDB), seu principal adversário político no estado.
Nesse contexto, a escolha do novo ministro do STJ ganhou contornos estratégicos. Entre os nomes da lista tríplice enviada ao presidente está a procuradora Maria Marluce Caldas, tia de JHC. Segundo apuração do colunista, há nos bastidores uma negociação para que a indicação de Marluce ao STJ aproxime JHC de Lula, abrindo espaço para uma aliança política inédita entre ambos nas eleições estaduais.
Arthur Lira, além do capital político acumulado em seu período à frente da Câmara, exerce pressão direta sobre o Planalto. Ele é o relator do projeto que propõe ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, uma das promessas feitas por Lula à classe média e aos trabalhadores.
A lista tríplice do Ministério Público Federal inclui, além de Marluce Caldas, o subprocurador-geral Carlos Frederico Santos, bem avaliado por setores do Planalto, e o procurador de Justiça do Acre, Sammy Lopes.
Até o momento, Lula indicou apenas o desembargador Carlos Brandão, do TRF-1, para uma das vagas abertas no STJ em maio deste ano. No entanto, Brandão ainda não foi sabatinado pelo Senado, o que mantém em aberto a composição da Corte.
*Com informações da Tribuna do Sertão
