Política
Vereadores divergem sobre futuro do Mercado do Jaraguá em meio à proposta do Governo do Estado
Debate na Câmara de Maceió expõe tensão sobre fim de comodato e possível remoção de permissionários

A intenção do Governo de Alagoas de retomar a gestão do Mercado do Jaraguá, com o objetivo de transformá-lo em um centro gastronômico, provocou um debate acalorado na Câmara Municipal de Maceió, na manhã desta quinta-feira (5). Os vereadores David Emprego (União Brasil) e Allan Pierre (MDB) expressaram visões distintas sobre a proposta e, principalmente, sobre a forma como a transição está sendo conduzida.
O debate ganhou força após a divulgação, por parte de David Emprego, de uma notificação extrajudicial enviada à Prefeitura de Maceió. O documento comunica o fim do comodato do prédio, que pertence ao Estado, e solicita a desocupação do imóvel.
Para David, a notificação representa uma ameaça direta aos atuais permissionários. “O próprio documento reconhece que há estabelecimentos funcionando ali, então é evidente que a ordem de desocupação se estende a esses trabalhadores”, afirmou. O vereador criticou a postura do governo estadual e classificou as ações como superficiais. “Se for para fazer só maquiagem, eu serei o primeiro a protestar na porta. Não estamos aqui brincando de ser vereador”, disse.
Allan Pierre, por outro lado, adotou tom conciliador e defendeu a necessidade de diálogo entre as esferas estadual e municipal. “Não podemos reduzir esse debate a uma guerra entre Estado e Município. O Mercado do Jaraguá é um patrimônio de Maceió e precisa ser tratado com responsabilidade”, declarou.
O vereador lembrou que, em março, propôs uma audiência pública para discutir a gestão e as condições estruturais do mercado. “Li a notificação. Ela não fala em remoção dos permissionários, apenas comunica o fim do comodato. Isso é comum. O que não podemos é espalhar medo”, afirmou.
Allan concluiu sua fala defendendo a continuidade das atividades no local, independentemente da gestão. “Se o Estado assumir, que faça com responsabilidade. Se a Prefeitura continuar, que invista. O importante é manter o mercado funcionando e respeitar quem trabalha lá”, finalizou.
Com Cada Minuto.
