Política
Investigado por corrupção, Siderlane pode receber R$ 76 mil mesmo afastado da Câmara de Maceió
Assessores ligados ao parlamentar, também afastados, continuarão recebendo seus proventos, de acordo com o regimento interno da Casa

Mesmo afastado de suas funções por decisão da Justiça Eleitoral, o vereador por Maceió Siderlane Mendonça (PL) seguirá recebendo integralmente seu salário da Câmara Municipal. Se o período de afastamento chegar aos 120 dias previstos no Regimento Interno, o parlamentar terá recebido um total de R$ 75.966,72 em remuneração bruta — o equivalente a R$ 18.991,68 por mês, sem exercer o mandato.
Siderlane é investigado pela Polícia Federal sob acusação de chefiar um esquema de rachadinha durante as eleições de 2020. A operação que resultou em seu afastamento também alcançou assessores do seu gabinete, que, mesmo fora das funções, continuam constando na folha de pagamento da Casa de Mário Guimarães.
O presidente da Câmara, Chico Filho (PL), afirmou que o mandato do vereador continua. "A mesa cumpre determinação de afastar ele de suas atividades no parlamento. Os processos, projetos de lei, requerimentos, que porventura já protocolados, eles continuam a tramitar novamente. Agora, as atribuições de vereador aqui junto à Câmara, essas estão temporariamente suspensas. Dentro da Câmara. Ele pode atuar junto às comunidades, aqui dentro da Câmara não, nós estamos cumprindo a decisão judicial", declarou.
Sobre os servidores também investigados pela PF, Chico diz que a situação ainda é incerta. "A decisão fala em 11, mas aqui na Câmara só tem três servidores afastados. Encaminhamos ofício à juíza para saber se ela quer que a gente exonere ou como será esse afastamento, porque não há previsão legal clara. Já o parlamentar, está afastado, mas sua remuneração está garantida", completou Chico, em entrevista à TV Pajuçara.
Apesar do afastamento, a Câmara não convocou o suplente imediato, Caio Bebeto (PL) "Nossa legislação não garante a posse do suplente. Seguimos a determinação judicial e o regimento interno, estritamente o que diz a Lei". Segundo nota oficial da Câmara, o Regimento Interno da Casa permite o afastamento de um vereador por até 120 dias sem a substituição por suplente.
Siderlane nega as acusações e afirma estar sendo alvo de perseguição política.
