Política

Vereador liga JHC a contratação de empresa responsável por obras da Braskem: "Rastro de corrupção"

Kelmann Vieira questionou a contratação da MTSul, empresa resposável por obras do acordo socioambiental da Prefeitura de Maceió e diz que a empresa de engenharia é "coincidentemente das terras do sogro do prefeito"

Por Redação 12/12/2023 17h05 - Atualizado em 12/12/2023 19h07
Vereador liga JHC a contratação de empresa responsável por obras da Braskem: 'Rastro de corrupção'
vereador Kelmann Vieira - Foto: Reprodução

O vereador Kelmann Vieira (MDB) apontou, em publicação nas redes sociais nesta terça-feira (12), uma suposta ligação entre a empresa MTSul, responsável por obras da Braskem em Maceió, com o prefeito JHC (PL). Ele chamou o acordo socioambiental celebrado entre prefeitura e a empresa mineradora de ilegal e questiona o gestor municipal sobre uma eventual rescição dos termos. 

"Por que o prefeito ainda reluta pra dizer que ele fez um acordo ilegal! Então recebe o Pix de 1.7 bilhão, tudo às escondidas, sem diálogo e que só prejudicou a população e ainda reluta em não rescindir?!", escreveu Vieira. 

De acordo com o vereador, há uma cláusula no acordo que diz que as partes deveriam respeitar cláusulas anticorrupção. 

Em seguida, Kelmann diz que a empresa de Cuiabá-MT, MTSul, toca 90% das obras da Braskem e tem como procurador e o engenheiro responsável "estão envolvidos até o pescoço em escândalo de corrupção no exterior. O vereador diz que "coincidentemente", a empresa é de Cuiabá, terra do Dr. Mário, sogro de JHC. Mário Candia é pai da primeira-dama, Marina Cuiabá e possui empreendimentos de engenharia na capital matogrossensse. 


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"Prefeito, deixe a birra de lado e aceite ficar do lado do povo pobre e desesperado!! Pegue esse pix e mande essa empresa colocar onde ela quiser e vá lutar junto ao povo !! Rescinda esse acordo porque a Braskem quebrou as cláusulas de anticorrupção ao trazer essas mala sem alça que onde passaram deixaram rastro de lavagem de dinheiro e corrupção ativa", continua Kelmann. 

Fundo de Amparo aos Moradores

O parlamentar lembra do Projeto de Lei do vereador Leonardo Dias (PL), que hoje faz parte da base aliada de JHC, que previa que 50% dos recursos do acordo com a Braskem fossem destinados ao Fundo do Amparo ao Morador (FAM), criado em junho pela Prefeitura de Maceió para auxiliar as vítimas do maior crime ambiental em área urbana do mundo. 

"Foi vetado pelo prefeito e todo mundo ficou caladinho! Agora querem culpar o nosso senador Renan Calheiros! É claro que o senador Renan não iria concordar com o prefeito de letrinhas. Esse acordo é imoral e o prefeito não quer dividir o PIX de R$ 1.7 bilhão que ele recebeu da empresa criminosa com a população", finalizou. 

Resposta da Prefeitura

Questionada pela Agência Pública, no levantamento publicado esta semana, se houve influência do prefeito João Henrique Caldas na indicação da MTSul junto à mineradora, a prefeitura respondeu que “cabe exclusivamente à Braskem a escolha de prestadores de serviços e fornecedores”, o que foi reforçado pela mineradora. A prefeitura também informou que as obras “são de responsabilidade da Braskem, executadas com recursos privados e estão sob supervisão dos órgãos de controle pactuantes do acordo socioambiental”.