Política
Com maior número de votos na história, Arthur Lira é reeleito presidente da Câmara dos Deputados
Concorriam contra o alagoano, os deputados Chico Alencar (PSOL-RJ), que tem o apoio isolado do PSOL e Marcel van Hattem (Novo-RS)
Com cacife alto na Câmara dos Deputados, o alagoano Arthur Lira (PP) foi eleito, com larga margem de votos em comparação a seus adversários, pela segunda vez à presidência da Casa. Ele teve 464 votos, na noite desta quarta-feira (01), um recorde na história da democracia brasileira e comandará a Câmara no biênio 2023-2024.
"Sei que na cabine de votação que será usada daqui há alguns minutos, serei julgado pelo o que ajudei a construir e nas expectativas que almejamos para os próximos anos. Peço a Deus e a vocês que eu tenha a capacidade de continuar a ter a confiança deste plenário que tanto respeito e tanto considero", disse Lira, antes da votação, que apresentou propostas em defesa de sua reeleição.
Concorriam contra o alagoano, os deputados Chico Alencar (PSOL-RJ), que tem o apoio isolado do PSOL e Marcel van Hattem (Novo-RS). Somados, os dois partidos têm 17 deputados, 3 deputados do Novo e 14 deputados da federação formada por Psol e Rede.
Com grande capacidade de articulação, o atual presidente e candidato à reeleição foi capaz de unir, em um único bloco de apoio, siglas opostas e adversárias, como PT e PL, além das bancadas do PP, PSD, MDB, PDT, PSDB, Cidadania, Solidariedade, Mais Brasil (fusão PTB e Patriota), Pros, PCdoB, PV, PSB e União Brasil. Ao todo, Lira obteve apoio de 14 federações ou partidos que, juntos, têm 496 dos 513 deputados.
Lira provou mais uma vez sua habilidade nas negociações políticas ao ganhar o apoio do bloco do PT, uma vez que, juntamente com o senador Fernando Collor (PRTB-AL), ele foi um dos principais cabos eleitorais em Alagoas, seu estado, do candidato derrotado à presidência, Jair Bolsonaro (PL), que concorreu contra Lula (PT).
Durante o período de transição entre o último e o atual governo, Lula contou com o apoio de Lira para aprovar a chamada PEC (Proposta de Emenda Constitucional) da Transição, que garantiu ao governo petista manter suas promessas de campanha, principalmente para o orçamento de programas sociais.
Outro ponto que levou os deputados a escolha de Lira, foram as regalias que prometeu aos colegas, incluindo o aumento da cota parlamentar, de cargos para lideranças partidárias e do valor do auxílio moradia.
"Quero estabelecer com o Poder Executivo não uma relação de subordinação, mas de um pacto para aprimorar e avançar nas políticas públicas a partir da escuta cuidadosa e de sugestões das nossas comissões" ressaltou o agora reeleito Lira
*Estagiária sob supervisão.


