Uma semana depois das eleições, as contas ainda estão sendo feitas. Os resultados das urnas este ano em Alagoas terão reflexos nos próximos pleitos – como manda a regra.

Foi um pleito com vencedores nos dois principais grupos que se formaram no Estado. De um lado, Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados conseguiu fazer cinco deputados federais (4 no PP e um no UB), oito estaduais (4 no PP, 3 UB e 1 no PL).

e levou a eleição do governo para o segundo turno, numa disputa que se mostrou muito mais dura do que se esperava – graças a operação Edema da PF, tenha sido ou não fruto de interferência política e a uma decisão do STJ.

Do outro lado, o grupo que se formou em torno de Paulo Dantas conseguiu eleger um senador (MDB), quatro deputados federais (2 no MDB, 2 na Fe Brasil) e 17 estaduais (14 no MDB, 2 na Fe Brasil, 1 no Avante), além de assegurar a reeleição do governador (MDB). O grupo ainda agregou no segundo turno o apoio de outros 2 deputados estaduais eleitos pelo Republicanos.

Apesar do bom resultado, o governador Paulo Dantas considera que o maior vencedor da eleição em Alagoas foi o senador Renan Calheiros (MDB), que não foi candidato a nada este ano, mas teve, mesmo sem receber um só voto, papel considerado estratégico, tanto no plano estadual, quanto no cenário nacional.

A articulação política de Renan Calheiros em Alagoas e em Brasília foi decisiva para a reeleição de Paulo Dantas. Mas não foi só. Sua atuação na CPI da Covid, o combate nas redes sociais, além do papel no Congresso Nacional foram considerados estratégicos para a assegurar a vitória do presidente eleito Lula (PT).

Renan, mesmo enfrentando forte oposição de Arthur Lira e de outros adversários, conseguiu ver muitos dos seus aliados eleitos, incluindo o filho, Renan, para o Senado e o irmão, Remi, para a Assembleia Legislativa. Na conta afetiva dele também entram, claro, o amigo do ‘coração’ Dr. Wanderley, o ‘resgate’ de Ronaldo Lessa (PDT), além de outros aliados de várias campanhas que conseguiram se eleger ou reeleger este ano.

Em tom descontraído, o governador tem dito aos amigos que Renan fez “barba, cabelo e bigode” nas eleições deste ano.

O bom resultado de 2022 ajuda Renan a ter projetos para 2026, quando terá de enfrentar novamente as urnas. Mas essa é outra história.