Política

Afinal, o Estado tem como bancar auxílio de R$ 600 em Alagoas? Faça a conta

A polêmica começou com Santoro dizendo que o candidato Rodrigo Cunha “não sabia fazer conta

Por Blog do Edivaldo Junior 28/10/2022 06h06
Afinal, o Estado tem como bancar auxílio de R$ 600 em Alagoas? Faça a conta
Dinheiro - Foto: Reprodução

O tema virou “intriga” no segundo turno das eleições para o governo de Alagoas. Literalmente. Tudo porque o secretário da Fazenda do Estado, George Santoro, foi as redes sociais para criticar proposta do candidato a governador do União Brasil.

O senador Rodrigo Cunha (UB)passou a defender no segundo turno a concessão de um “Auxílio Alagoas” no valor de R$ 600, que seria pago a título de complementação de renda a todas as’ pessoas que recebem o “Auxílio Brasil” no Estado.

A polêmica começou com Santoro dizendo que o candidato Rodrigo Cunha “não sabia fazer conta”.

Pelos cálculos de George, nos moldes proposto pelo candidato do UB o auxílio custaria R$ 3,7 bilhões ao governo de Alagoas, valor que tornaria o benefício inviável diante do Orçamento do Estado.

A polêmica gerou troca de “farpas” no debate da TV Pajuçara entre Rodrigo Cunha e Paulo Dantas, no sábado (22/10) e ganhou as redes sociais. Um diz que ou outro é contra e outro que um não sabe fazer conta. Afinal, Alagoas tem como bancar o auxílio de R$ 600. Faça as contas. Para isso, vamos calcular. Segundo o governo federal, em Alagoas são 519 mil pessoas recebendo o Auxílio Brasil. Por mês, segundo o Ministério da Cidadania Sao transferidos R$ 312 milhões para pagar o benefício, dando um total de R$ 3,7 bilhões no ano.

Seria possível pagar esse valor apenas economizando recursos do orçamento, a exemplo da transferência do duodécimo para a Assembleia Legislativa do Estado? Ou com recursos do Fecoep? A resposta está no Orçamento do Estado. A previsão do duodécimo para o Poder Legislativo de Alagoas em 2022 é de R$ 289 milhões. Mesmo que tivesse corte de 100% não seria suficiente para pagar um mês do auxílio Alagoas.

O Fundo Estadual de Erradicação da Pobreza – Fecoep tem previsão de receita na ordem de R$ 244 milhões – até outubro deste ano foram arrecadados R$ 224 milhões. Mesmo que cortados programas como Cria, que transfere R$ 150 por mês para mais de 100 mil pessoas ou o programa do leite, que atende outras 80 mil famílias, também não seria suficiente para bancar um mês do auxílio.

O corte de despesas, nesse caso, teria de vir de outras fontes, a exemplo dos investimentos (R$ 2,1 bilhões previstos para 2022) ou do custeio de toda a máquina (R$ 2,1 bilhões). Nesse caso, o funcionamento de hospitais, presídios, segurança, escolas e manutenção de rodovias, por exemplo, ficariam extremante comprometidos.

Fora disso, o Estado não tem como cortar despesas com pessoal (R$ 6,4 bilhões) ou pagamento da dívida (cerca de R$ 750 milhões).

“Ninguém é contra”

No Twitter, Santoro disse “Ninguém é contra Aux.Brasil! Apenas falei que o programa Aux.Alagoas de Cunha é irresponsável e mentiroso, pois custará R$ 3,7 bilhões,40% de toda receita disponível do Estado. Não sobrará nada para pagar salários servidores e terceirizados”.

Faça as contas


Tire suas conclusões sobre a polêmica da proposta do auxílio. O blog disponibiliza links que podem ajudar você a fazer a prova dos 9.

Veja aqui as despesas e receitas por órgão no Portal da Transparência de Alagoas:

Veja aqui quanto o governo federal paga de Auxílio Brasil em Alagoas:

Veja aqui na íntegra o Orçamento do Estado para 2022:

Veja aqui a proposta de auxílio de Rodrigo Cunha:

Veja aqui o Relatório Resumido de Execução Orçamentária (RREO) de Alagoas