Política
“Rui, Collor, Dantas e Cunha são iguais em seus conteúdos políticos”, afirma Cícero Albuquerque, candidato ao governo de AL pelo PSOL
Fala foi feita durante entrevista ao Canhão Podcast

Único candidato de esquerda ao governo de Alagoas, o professor Cícero Albuquerque (PSOL) destacou, em entrevista ao Canhão Podcast, na noite desta segunda-feira (22), que os candidatos concorrentes nas eleições deste ano têm conteúdos políticos iguais uns as outros: “São candidaturas conservadoras, iguais em essência, bananas do mesmo cacho”.
Doutor em ciências sociais, historiador, educador popular e militante dos movimentos sociais, Cícero abordou o tema com o conhecimento de causa que lhe é devido. “Rui, Collor, Dantas e Rodrigo em nada se diferem em suas candidaturas, em seus conteúdos políticos, são campanhas feitas num andar de cima da elite alagoana, em seus gabinetes perfumados, que não conhecem a realidade do povo alagoano, tampouco sabem seus problemas e nem o clamor que vem da periferia”, afirmou.
Ele ainda apresentou sua candidatura e de Eliana Silva, candidata a vice na chapa ao governo, como uma candidatura fruto de um projeto coletivo que pretende romper com modelo político tradicional de Alagoas, que tem nesse momento histórico, por exemplo, filhos e netos de oligarquias familiares alagoanas, caso de Collor, Cunha, Palmeira e Dantas, mais uma vez se apresentando como solução para os problemas do estado.
“É a segunda, terceira geração dessas famílias que se mantêm no poder. Até quando o Estado de Alagoas será governado por essa oligarquia? Até quando teremos que repetir o voto? Ad eternum? Enquanto isso, você vê Alagoas com uma pobreza, uma miséria e uma desigualdade social imensa. Esse pessoal tem a cara de pau de se apresentar como solução, mas são os responsáveis pelo governo deste Estado e se apresentam como novidade. Muda a carcaça, a fachada, mas o conteúdo é o mesmo. É uma elite, conservadora, aristocrática, são senhores de terra e de gente. Muitas vezes violentos e, isso não vale para o Rui, que se impõem pela força e pelas armas”.
Cícero explica que essa ruptura com o modo tradicional de se fazer política não é uma posição confortável, mas é a escolha feita para apontar a esquerda alagoana numa direção mais consequente e para fazer uma construção histórica que nos permita não beijar a mão de poderosos. “Somos àqueles que não disseram amém a essas pessoas”, conclui.
Participação em debates
Perguntado sobre o não convite para compor espaços de debates em Alagoas, Cícero foi categórico ao afirmar que há um desejo de apagamento de uma campanha que provoque riscos para o poder hegemônico em Alagoas. Para ele, essa é uma forma que os candidatos têm de se proteger para que esses debates somente sejam entre eles.
“Eu entendo a mediocridade e covardia de quem faz isso, pois, se me colocam em um patamar de disputa igualitária com esses outros candidatos que não têm diferença fundamental entre si, eles desaparecem”, disse Cícero. Isso se dá porque eles não conseguem falar o que eu falo, não representam o que eu represento, porque eu e Eliane representamos um conjunto de valores, uma prática política alternativa, que está no cotidiano das lutas, das existências e que luta para sobreviver. Não há comparação. Eles tentam apagar nossa existência, pois sabem da diferença entre nós”.
Perspectivas para o estado
Cícero comentou, ainda, propostas e projetos para Alagoas e afirmou que sua candidatura pretende promover uma sociedade mais justa e igualitária, com justiça social e políticas públicas inclusivas e que defende um projeto de sociedade de inclusão, respeito e tolerância.
“Vamos criar um período onde possamos desenvolver políticas públicas que atendam ao pequeno agricultor, ao pequeno empresário como prioridade. Que possamos criar uma rede de saúde pública que chegue ao interior de forma efetiva, que possa apresentar para educação uma alternativa diferente do que tem sido feito em Alagoas. Que possamos apontar saídas efetivas para a maioria do povo. Não queremos Alagoas governada pela minoria e para a minoria”.
Terras devolutas
Entre as propostas de Cícero para o governo de Alagoas está o georreferenciamento das terras de Alagoas, com o objetivo de identificar as terras públicas estaduais e titular as pequenas e médias propriedades.
“Vamos buscar as grandes fazendas que estão na mão do latifúndio e vamos transformar essas fazendas em áreas de reforma agrária. Não serão poucas e estão na mão de cinco ou seis famílias, grupos econômicos que pensam que são donos de Alagoas, que são donos do povo. Vamos titular as pequenas e médias propriedades para que os proprietários dessas terras possam ter segurança jurídica, acesso a crédito e incentivo do estado".
