Política
Federação pode virar “pesadelo” para Rodrigo, Renan e Paulo Dantas
Os pré-candidatos terão tempo para decidir se ficam ou se mudam de legendas

A formação de uma federação partidária entre PT, PSB, PV e PCdoB se confirmada terá forte impacto na política alagoana. Pode colocar no mesmo palanque o governador de Alagoas o prefeito de Maceió.
Adversários em praticamente tudo, Renan Filho e JHC podem subir no mesmo palanque no Estado pelo efeito da verticalização, em função da pré-candidatura de Lula a presidente.
Mas nem de longe o impacto será tão forte quanto o da federação entre MDB, União Brasil e PSDB. Os três partidos avançam na composição nacional que terá fortes reflexos na política local. A começar pela formação da chapa majoritária.
Se confirmada, essa federação pode virar um “pesadelo” político para Rodrigo Cunha, pré-candidato a governador (ainda não declarado) pelo PSDB.
Outro pré-candidato ao governo é o deputado estadual Paulo Dantas. Atualmente filiado ao MDB ele já avisou que pretende se filiar ao União Brasil. E Renan Filho que vai continuar no MDB, pretende disputar o Senado “colado” com Lula.
O problema é que o UB trabalha uma convergência nacional pensando em lançar um nome a presidência. Isso por si só atrapalharia Dantas, que prefere Lula. Além disso, passaria a enfrentar disputa interna de legenda com Cunha para a disputa ao governo. Não seria muito diferente para Renan Filho.
Formada a federação, os três partidos só poderá ter um único candidato a governador e a senador em cada Estado.
Para sorte deles, os presidentes dos três partidos estabeleceram um prazo para bater o martelo. Vão definir se fecham ou não a federação até 15 de março. Com isso, os pré-candidatos terão tempo para decidir se ficam ou se mudam de legendas.
Uma coisa é certa. Formada a federação entre MDB, PSDB e UB só haverá espaço para no máximo dois desses três pré-candidatos.
Nacional
Em reunião realizada na terça-feira, 15, os presidentes do PSDB, Bruno Araújo, do MDB, Baleia Rossi, e do União Brasil, Luciano Bivar, discutiram a possibilidade de formar uma aliança para as eleições presidenciais deste ano. A ideia, agora, é tentar construir um acordo até o dia 15 de março.
Os três líderes afirmaram que a ideia é ter uma candidatura ao Planalto mais competitiva e capilaridade no Congresso Nacional. Nas contas dos diligentes, a federação entre as siglas poderia render cerca de 140 deputados para a próxima legislatura, no ano que vem.
“A primeira quinzena de março é um período factível para a gente ter um mapeamento do quanto é possível avançar. Nós vamos trabalhar muito para chegar às convenções com a possibilidade de uma construção única.”, disse o presidente do PSDB, Bruno Araújo ao Estadão.
A meta dos partidos é formar uma federação, que vai além de uma aliança presidencial e obriga que as siglas também estejam juntas em disputas nos Estados e municípios por, no mínimo, quatro anos. “Há proximidade entre União Brasil e MDB nas alianças estaduais, mas tucanos e emedebistas estão em lados opostos em Estados como Goiás, Alagoas, Pernambuco e no Distrito Federal, por exemplo.”, relata reportagem do Estadão.
“Além disso, boa parte do MDB no Nordeste apoia o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que é rival histórico de líderes do PSDB e do União Brasil”, continua a reportagem.
Baleia Rossi afirmou que, mesmo que a federação não prospere, as legendas vão trabalhar para estar unidas na eleição presidencial. “Os três partidos são fortes, com presença em todos os Estados. Federados ou não, têm grande capacidade de entrega, trabalho e organização política”, disse ele.
Na mesma linha, Luciano Bivar argumentou que a formação de uma federação não é a única maneira de garantir uma aliança. “Se por acaso for inexequível devido às peculiaridades em cada partido, vamos ver outra forma na qual a gente mantenha esse espírito de comunhão dessas forças democráticas para que elas se aglutinem e tenham uma candidatura única”, afirmou.
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