Política

Deputados vão a ato contra a Braskem: um vira réu, o outro não!

Empresa acusa o deputado Ronaldo Medeiros por “Esbulho, Turbação e Ameaça”

Por Blog do Edivaldo Júnior 04/12/2021 16h04 - Atualizado em 04/12/2021 16h04
Deputados vão a ato contra a Braskem: um vira réu, o outro não!
Deputados Paulão e Ronaldo Medeiros protestam em frente a Braskem, em Maceió, em ato realizado nessa sexta-feira (03) - Foto: Reprodução

Um protesto realizado na “porta” da Braskem, em Maceió, nessa sexta-feira (03) transformou o deputado estadual Ronaldo Medeiros (MDB) em réu.

Ele é acusado, em ação apresentada pela empresa em processo de Interdito Proibitório por “Esbulho, Turbação e Ameaça”.

E não só Ronaldo. Diversos outros participantes do “ato interreligioso”, realizado em protesto contra a Braskem também viraram réus.

Na liminar em favor da empresa, o juiz José Afrânio dos Santos Oliveira – da 29º Vara Cível da Capital-Conflitos Agrários, Possessórias e Imissão na Posse – cita Francisco Marcos Sarmento Ramos, Alexandre de Moraes Sampaio e José Ronaldo Medeiros, entre outros.

Estranhamente, o deputado federal Paulão (PT) não foi citado no processo. Estranhamente mesmo. O deputado, com seus quase dois metros de altura foi presença notada em todo o protesto. Todo o tempo estava ao lado de Ronaldo Medeiros, inclusive no ato em frente a entrada da unidade industrial da empresa em Maceió.

A Braskem, acusada de ser responsável pelo maior crime ambiental da história de Alagoas, alegou na ação que existia “risco de invasão” na sede da unidade em Maceió.

Veja trecho da decisão do magistrado: “Afirma que caso as manifestações saiam do controle e, de fato, materialize-se a invasão da planta, não terá como garantir a segurança dos seus funcionários e dos próprios populares, sobretudo considerando que o regime ininterrupto das operações é uma condição sine qua non de segurança em qualquer unidade industrial, especialmente a química. Ressalta que, tecnicamente não é sequer possível a paralisação abrupta desse tipo de operação fabril, o que dependeria de planejamento e procedimentos com meses de antecedência”.

Desabafo


“Um absurdo o que esta empresa fez e continua fazendo. Além de ter cometido o crime que cometeu tenta agora impedir a legítima manifestação da sociedade. Não vamos nos calar. Vou continuar denunciando a Braskem na Assembleia Legislativa e onde mais for preciso”, dispara Ronaldo Medeiros.

Quanto as alegações da empresa, de risco de invasão, o deputado acredita que pode ser uma manobra jurídica ou devaneio: “nosso ato foi pacífico. Em nenhum momento houve ameaças de invasão ou sequer interrupção de acesso das pessoas a empresa. Vou recorrer. E espero que a Justiça suspenda essa liminar porque ela não faz o menor sentido”, aponta.

Já sobre a não citação de Paulão, Medeiros ironiza. “Será porque ele é deputado federal e eu estadual? Ou será que eles não conseguiram ver o Paulão por lá? A Braskem tá precisando ir no oculista”.