Política

Apesar das pressões, Relatório da CPI tem “marca” de Renan Calheiros

Senador teve que ceder em vários pontos, inclusive na tipificação de alguns crimes atribuídos a vários investigados

Por Redação com Blog do Edivaldo Júnior 21/10/2021 09h09
Apesar das pressões, Relatório da CPI tem “marca” de Renan Calheiros
Relatório foi apresentado oficialmente nessa quarta-feira (20) - Foto: Reprodução

Com 1.180 páginas, após quase seis meses de trabalho, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) apresentou oficialmente, nessa quarta-feira (20), seu relatório à CPI da Pandemia. A reunião começou tumultuada e o senador leu apenas pequena parte do documento, que agora ficará disponível por uma semana aos demais integrantes do colegiado.

O clima de tensão antes da leitura do relatório foi apenas parte da “pressão” que o relator vem sofrendo nos últimos dias – e continuará pelos próximos. Renan Calheiros é alvo de ameaças de processo por alguns dos nomes que foram indiciados no relatório – principalmente o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ).

Para fazer um relatório com sua “marca”, Renan Calheiros teve que ceder em vários pontos do relatório, inclusive na tipificação de alguns crimes atribuídos a vários investigados. E, segundo vários analistas, usou estratégias políticas conhecidas, a exemplo do “vazamento” de parte do relatório

“Foi mais Aziz do que Renan quem ditou os rumos da CPI. Uma vez que ela chega ao fim, Renan deu a carteirada mais do que previsível: aproveitar-se da condição de relator para tentar aprovar um documento final nos termos que ele quer”, relata Ricardo Noblat (Blog do Noblat), no Metropóles.

O relatório de Renan, segundo analistas, deve ser aprovado com algumas mudanças e emendas. Faz parte do jogo.

Renan disse que está disposto a receber sugestões para “alterar e melhorar” o texto até a votação — que será nominal e ostensiva — prevista para a próxima terça-feira (26).

Mas ao final, o senador alagoano conseguirá imprimir sua marca numa das mais importantes CPIs da história do Brasil.