O ex-deputado federal João Henrique Caldas foi eleito prefeito de Maceió no segundo turno. Para alguns dos seus adversários, a vitória seria resultado do “sentimento de mudança” e de estratégias erráticas dos outros candidatos.

Uma vez empossado, segundo algumas teorias, JHC sentiria o peso da gestão de uma prefeitura em dificuldades financeiras. A expectativa dos adversários era que a “lua de mel” com o eleitorado acabasse nos primeiros quatro, no máximo seis meses.

Nem uma coisa, nem outra. Uma pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Falpe aponta que JHC tem avaliação positiva de 56,5% em Maceió, a maior entre os políticos alagoanos, de acordo com a sondagem. O prefeito também aparece em primeiro na preferência para o governo, sendo citado por 40% dos entrevistados.

Em parte, os adversários atribuem a avaliação positiva de JHC ao “recall” de 2020. Também é isso. Mas não se pode desprezar o esforço que o João Henrique tem feito para “frustrar” seus opositores. O prefeito segue usando o marketing, especialmente nas redes sociais, a seu favor. A cada semana, vem sempre com uma “sacada”, ocupando espaço na mídia.

E a mídia, ao que parece, tem sido muito generosa com o prefeito, dando destaque a quase tudo que ele anuncia. Redução do preço da passagem de ônibus, vacina, passe livre, reajuste salarial, redução do ISS para o transporte público, bolsa para estudantes etc etc etc.

Nessa quarta-feira (06/10), JHC anunciou que vai lançar mais um programa que deve gerar despesas para os cofres do município: a CNH Social (veja abaixo).

A iniciativa de JHC tem muito a ver com o marketing político e eleitoral. Afinal, ele continua sonhando com o Palácio dos Palmares – seja em 2022 ou mais adiante.

Talvez por isso continue rivalizando com o governador Renan Filho. Nesta quinta-feira, o prefeito disparou uma nova crítica no Twitter: “Eita, governador @RenanFilho_. Nem decisão de juiz respeita mais? Aumentou na calada a conta da água em 8%, prejudicando milhares de famílias. A Justiça já foi acionada de novo para impedir esse absurdo e multar a Arsal por cada fatura que tiver esse aumento ilegal.”, tuitou JHC.

Mas não é só isso. Um importante interlocutor garante que a prefeitura de Maceió estaria com finanças organizadas e dinheiro em caixa. E além disso, com possibilidade de receber uma “bolada” da Braskem e da concessão do saneamento em Maceió.

Com a teoria da prefeitura “quebrada” desmontada por enquanto, as opiniões sobre a disputa de JHC ao governo se dividem. Nos meios políticos, a maioria acredita que ele fica porque “terá muito dinheiro em caixa” no próximo ano. Mas alguns analistas apostam que JHC só tomará a decisão de ser ou não candidato ao governo no último dia do prazo de desincompatibilização (em abril). “Se o quadro continuar como está hoje, ele vai deixar a prefeitura e será candidato a governador”, avisa um importante interlocutor.