Política
Filiação de Bolsonaro ao PP de Arthur Lira pode criar “quarta via” em Alagoas
Em qualquer situação, hoje, Renan Filho ficará em lado oposto ao de JHC

Com a nova regra eleitoral, conhecida há menos de uma semana, os principais grupos políticos do Estado, passam a fazer ajustes importantes. O principal movimento essa semana é o embarque de Rui Palmeira no PSD de Marx Beltrão.
Os dois vão compor chapa de federal, para fazer duas ou três vagas. O partido também mira a Assembleia Legislativa e quer eleger até 5 estaduais.
Outra mudança partidária que terá forte impacto em Alagoas será a de Jair Bolsonaro. A filiação está “90%” certa no PP de Arthur Lira. E lira, que tinha alguma resistência, já avisou que não será problema para a “volta” do presidente ao Progressistas.
A escolha de Bolsonaro consolida a terceira via em Alagoas e pode criar uma quarta via. Em qualquer situação, hoje, Renan Filho ficará em lado oposto ao de JHC. E as outras duas vias?
Uma terceira via vem sendo construída por Marcelo Victor e Arthur Lira. Na esfera local, os dois caminham para o mesmo palanque em 2022. Decisões de nível nacional, no entanto, podem afastá-los.
Marcelo Victor, tudo indica, vai assumir o comando da União Brasil (fusão do PSL com o DEM). O partido terá candidato a presidente e fará oposição a Bolsonaro.
Renan Filho vai montar o palanque do ex-presidente Lula em Alagoas. JHC vai esperar o que decide o PSB, mas seu partido tende a apoiar Ciro Gomes.
E Rodrigo Cunha não terá opção, vai apoiar o nome do PSDB (Leite ou Dória).
A partir do cenário nacional, a montagem de cada palanque torna-se complexa em Alagoas.
Com a ida de Bolsonaro para o PP, Fernando Collor será o candidato a senador do grupo de Lira (pelo próprio PP ou PTB), que nesse caso teria um nome para o governo – missão para a qual vem se preparando Jó Pereira. A deputada estadual, apesar de filiada ao MDB, é do grupo do presidente da Câmara dos Deputados.
Rodrigo Cunha está em pré-campanha ao governo e pode ter como candidato ao Senado o vice-prefeito de Maceió, Ronaldo Lessa (PDT), ou o vereador Fábio Costa (PSB), se confirmada sua aliança com o prefeito JHC. E o próprio prefeito de Maceió, não custa lembrar, pode ser candidato a governador.
Em meio a tudo isso, uma aliança de Rodrigo Cunha e Jó Pereira não está descartada.
Marcelo Victor lidera um forte grupo político, que terá candidato ao governo, ele mesmo ou quem ele indicar. E vai escalar um candidato ao Senado, que pode ser Renan Filho ou um nome da ALE.
Renan Filho pode ser candidato ao Senado em aliança ou não com o grupo de Marcelo Victor. O governador também pode continuar no governo até o final, mudando completamente a lógica das alianças eleitorais no Estado.
Bolsonaro no PP
Presidente interino do Progressistas, o deputado federal André Fufuca (MA) afirmou à coluna do Igor Gadelha, nessa terça-feira (5), que a filiação do presidente Jair Bolsonaro ao partido está “90%” acertada.
“As conversas estão boas, está avançado bem. Muito poucos estados são contra, mas nada demais”, disse Fufuca, que assumiu o comando da sigla em agosto, após Ciro Nogueira assumir a Casa Civil do governo Bolsonaro.
Em reportagem, a Folha de São Paulo diz que “apesar de demonstrar resistência à entrada de Jair Bolsonaro no PP, o presidente da Câmara, Arthur Lira, disse a pessoas próximas que não vai atuar para barrar a entrada do mandatário no partido”.
A reportagem continua: “Líder do centrão e deputado pelo PP de Alagoas, ele afirmou a aliados que, hoje, cerca de 90% do partido quer o presidente da República na sigla e, por isso, não será ele quem vai impedir a filiação”.
