Política

Filiação de Bolsonaro ao PP de Arthur Lira pode criar “quarta via” em Alagoas

Em qualquer situação, hoje, Renan Filho ficará em lado oposto ao de JHC

Por Redação com Blog do Edivaldo Júnior 06/10/2021 16h04 - Atualizado em 06/10/2021 16h04
Filiação de Bolsonaro ao PP de Arthur Lira pode criar “quarta via” em Alagoas
Presidente da República Jair Bolsonaro - Foto: Reprodução

Com a nova regra eleitoral, conhecida há menos de uma semana, os principais grupos políticos do Estado, passam a fazer ajustes importantes. O principal movimento essa semana é o embarque de Rui Palmeira no PSD de Marx Beltrão.

Os dois vão compor chapa de federal, para fazer duas ou três vagas. O partido também mira a Assembleia Legislativa e quer eleger até 5 estaduais.

Outra mudança partidária que terá forte impacto em Alagoas será a de Jair Bolsonaro. A filiação está “90%” certa no PP de Arthur Lira. E lira, que tinha alguma resistência, já avisou que não será problema para a “volta” do presidente ao Progressistas.

A escolha de Bolsonaro consolida a terceira via em Alagoas e pode criar uma quarta via. Em qualquer situação, hoje, Renan Filho ficará em lado oposto ao de JHC. E as outras duas vias?

Uma terceira via vem sendo construída por Marcelo Victor e Arthur Lira. Na esfera local, os dois caminham para o mesmo palanque em 2022. Decisões de nível nacional, no entanto, podem afastá-los.

Marcelo Victor, tudo indica, vai assumir o comando da União Brasil (fusão do PSL com o DEM). O partido terá candidato a presidente e fará oposição a Bolsonaro.

Renan Filho vai montar o palanque do ex-presidente Lula em Alagoas. JHC vai esperar o que decide o PSB, mas seu partido tende a apoiar Ciro Gomes.

E Rodrigo Cunha não terá opção, vai apoiar o nome do PSDB (Leite ou Dória).

A partir do cenário nacional, a montagem de cada palanque torna-se complexa em Alagoas.

Com a ida de Bolsonaro para o PP, Fernando Collor será o candidato a senador do grupo de Lira (pelo próprio PP ou PTB), que nesse caso teria um nome para o governo – missão para a qual vem se preparando Jó Pereira. A deputada estadual, apesar de filiada ao MDB, é do grupo do presidente da Câmara dos Deputados.

Rodrigo Cunha está em pré-campanha ao governo e pode ter como candidato ao Senado o vice-prefeito de Maceió, Ronaldo Lessa (PDT), ou o vereador Fábio Costa (PSB), se confirmada sua aliança com o prefeito JHC. E o próprio prefeito de Maceió, não custa lembrar, pode ser candidato a governador.

Em meio a tudo isso, uma aliança de Rodrigo Cunha e Jó Pereira não está descartada.

Marcelo Victor lidera um forte grupo político, que terá candidato ao governo, ele mesmo ou quem ele indicar. E vai escalar um candidato ao Senado, que pode ser Renan Filho ou um nome da ALE.

Renan Filho pode ser candidato ao Senado em aliança ou não com o grupo de Marcelo Victor. O governador também pode continuar no governo até o final, mudando completamente a lógica das alianças eleitorais no Estado.

Bolsonaro no PP


Presidente interino do Progressistas, o deputado federal André Fufuca (MA) afirmou à coluna do Igor Gadelha, nessa terça-feira (5), que a filiação do presidente Jair Bolsonaro ao partido está “90%” acertada.

As conversas estão boas, está avançado bem. Muito poucos estados são contra, mas nada demais”, disse Fufuca, que assumiu o comando da sigla em agosto, após Ciro Nogueira assumir a Casa Civil do governo Bolsonaro.

Em reportagem, a Folha de São Paulo diz que “apesar de demonstrar resistência à entrada de Jair Bolsonaro no PP, o presidente da Câmara, Arthur Lira, disse a pessoas próximas que não vai atuar para barrar a entrada do mandatário no partido”.

A reportagem continua: “Líder do centrão e deputado pelo PP de Alagoas, ele afirmou a aliados que, hoje, cerca de 90% do partido quer o presidente da República na sigla e, por isso, não será ele quem vai impedir a filiação”.