Política
"Homofobia é crime": senador discursa contra frase homofóbica de empresário bolsonarista
'Sua família não é melhor que a minha' continuou Fabiano Contarato durante a da reunião da CPI da Pandemia

Senador Fabiano Contarato (Rede-ES) expôs nesta quinta-feira (30), durante o início da reunião da CPI da Pandemia, comentários homofóbicos postados em rede social pelo empresário Otávio Fakhoury contra o parlamentar.
Na publicação de Fakhoury, que aconteceu no Twitter, ele ironizou um erro gramatical do senador para, depois, insinuar possível atração “O delegado, homossexual assumido, talvez estivesse pensando no perfume de alguma pessoa ali daquele plenário…”, escreveu o empresário.
Em resposta, que veio em um breve momento em que ele assumiu a presidência da CPI, e aconteceu depois das declarações iniciais do depoente, “O senhor não é um adolescente. É casado, tem filhos. Sua família não é melhor do que a minha”, disse Contarato. “Não pensem que pra mim é fácil estar aqui e me expor. Que tipo de imagem eu vou deixar pros meus filhos? Que tipo de imagem o senhor enquanto pai deixa para os seus filhos?”, afirmou o senador.
“Orientação sexual, cor da pele e poder aquisitivo não definem caráter. Se o senhor faz isso comigo como senador, imagine no Brasil que mais mata a população LGBTQIA+. O mínimo que o senhor deveria fazer é pedir desculpas a toda a população LGBTQIA+”, disse Contarato. “Nada te dá direito de fazer o que o senhor fez. Não tem dinheiro que pague isso”, complementou.
Homofobia deve ser julgada como crime
Em 2019 o Supremo Tribunal Federal julgou um processo que decidiu que a homofobia deve ser julgada como crime. No julgamento foi proposto que a homofobia e a transfobia (preconceito contra pessoas transexuais) fossem equiparadas ao crime de racismo. Agora esses crimes devem ser julgados pela Lei do Racismo (lei nº 7.716/1989) e a homofobia pode ser condenada com até 5 anos de prisão.
Morte de homossexuais no Brasil
Pelos números publicados, o Brasil é um dos países que mais registra mortes de pessoas LGBT. São Paulo, Bahia e Pará são os estados com o maior número de ocorrências.
Dados publicados Grupo Gay da Bahia, uma instituição de proteção aos direitos dos homossexuais, informam que o Brasil tem em média 550 mortes de homossexuais por ano.
