Política

Flagrante que deixou Davi Davino Filho fora do segundo turno em Maceió era "fake"

Flagrante foi feito no dia 13 de novembro, mas hoje se mostra um equívoco

Por Redação com Blog do Edivaldo Júnior 07/09/2021 13h01 - Atualizado em 07/09/2021 16h04
Flagrante que deixou Davi Davino Filho fora do segundo turno em Maceió era 'fake'
Igor Dmitri Sena Bitar e deputado Marcelo Victor - Foto: Reprodução

A prisão em “flagrante” de um assessor da Assembleia Legislativa de Alagoas – ocorrida na madrugada da sexta-feira 13 de novembro de 2020 – caiu como uma bomba na eleição que foi realizada apenas dois dias depois.

Igor Dmitri de Sena Bitar, servidor da ALE, foi detido pela Polícia Militar e encaminhado à Polícia Federal com cerca de R$21.157,00 em dinheiro e cheques nominais totalizando R$35 mil.

O servidor tinha em seu carro pouco mais de 300 santinhos do então candidato a prefeito de Maceió, Davi Davino Filho.

A acusação para a prisão em “flagrante” era uma suposta compra de votos. Agora a Justiça mandou arquivar o processo por falta de provas.

Igor foi preso indo para Marechal Deodoro, algo que para o jornalista Edivaldo Júnior, derrubaria essa suspeita, já que não parece possível comprar votos no município sendo os santinhos de um candidato de Maceió.

Apesar disso, logo a prisão em flagrante ganhou as redes sociais e os principais veículos de comunicação da capital.

Adversários de Davi Davino Filho obviamente usaram a situação contra o mesmo, tendo inclusive candidato gravando vídeos na frente da Assembleia Legislativa para explorar o escândalo.

O abalo na campanha de Davi foi imediato e não havia mais tempo de contra-atacar, afinal, a eleição seria realizada já no domingo, 15 de novembro.

Na tarde de sexta-feira, 13 de novembro, depois de monitorar com sua equipe a repercussão do caso, Davi desabafou com outro deputado: “eles conseguiram, vão me tirar do segundo turno”, algo que de fato aconteceu.

O candidato, apesar de quase 100 mil votos (25,5%) não conseguiu passar ao segundo turno. As pesquisas internas mostravam Davi na liderança, um dia antes da “prisão”, que agora se comprovou equivocada.

Para Igor, sobrou a época a solidariedade dos deputados estaduais e dos amigos. O presidente da ALE, Marcelo Victor, defendeu publicamente o servidor e disse que os fatos seriam esclarecidos. E foram, mas somente agora, dez meses depois da eleição.

A avaliação da equipe era de que sem a acusação, que se sabe agora ser falsa, Davi passaria para a segunda etapa da eleição.

Mais uma vez, o presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, Marcelo Victor, saiu em defesa de Igor. Num relato sobre o que classifica como um “fato lamentável”, em suas redes sociais.

"O que eu já sabia desde o início desse fato lamentável, ocorrido há quase um ano, agora se consuma. O Ministério Público Eleitoral, solicitou à juíza Fabíola Melo Feijão, da 26ª Zona Eleitoral de Marechal Deodoro, o arquivamento de inquérito policial para investigar o Igor Bitar, chefe de gabinete da Presidência do Poder Legislativo. Para justificar o pedido, o autor da ação diz que “não há conduta delituosa a ser apurada, não houve flagrante delito de fato típico”, que “ocorreu a apreensão de material, dinheiro e bens sem autorização judicial” e, que, portanto, “somente feriu o direito subjetivo do investigado”. A magistrada deferiu o pedido do MPE, mandou devolver os bens particulares ilegalmente apreendidos e determinou o arquivamento do inquérito. Resta acionar a Justiça para reparar os danos causados e punir os elementos que agiram à margem das regras de conduta da Polícia Militar de Alagoas. Que assim seja feito em nome da verdade, do Poder Legislativo, do Igor e de sua família", disse o deputado em seu Instagram.