Política
Flagrante que deixou Davi Davino Filho fora do segundo turno em Maceió era "fake"
Flagrante foi feito no dia 13 de novembro, mas hoje se mostra um equívoco

A prisão em “flagrante” de um assessor da Assembleia Legislativa de Alagoas – ocorrida na madrugada da sexta-feira 13 de novembro de 2020 – caiu como uma bomba na eleição que foi realizada apenas dois dias depois.
Igor Dmitri de Sena Bitar, servidor da ALE, foi detido pela Polícia Militar e encaminhado à Polícia Federal com cerca de R$21.157,00 em dinheiro e cheques nominais totalizando R$35 mil.
O servidor tinha em seu carro pouco mais de 300 santinhos do então candidato a prefeito de Maceió, Davi Davino Filho.
A acusação para a prisão em “flagrante” era uma suposta compra de votos. Agora a Justiça mandou arquivar o processo por falta de provas.
Igor foi preso indo para Marechal Deodoro, algo que para o jornalista Edivaldo Júnior, derrubaria essa suspeita, já que não parece possível comprar votos no município sendo os santinhos de um candidato de Maceió.
Apesar disso, logo a prisão em flagrante ganhou as redes sociais e os principais veículos de comunicação da capital.
Adversários de Davi Davino Filho obviamente usaram a situação contra o mesmo, tendo inclusive candidato gravando vídeos na frente da Assembleia Legislativa para explorar o escândalo.
O abalo na campanha de Davi foi imediato e não havia mais tempo de contra-atacar, afinal, a eleição seria realizada já no domingo, 15 de novembro.
Na tarde de sexta-feira, 13 de novembro, depois de monitorar com sua equipe a repercussão do caso, Davi desabafou com outro deputado: “eles conseguiram, vão me tirar do segundo turno”, algo que de fato aconteceu.
O candidato, apesar de quase 100 mil votos (25,5%) não conseguiu passar ao segundo turno. As pesquisas internas mostravam Davi na liderança, um dia antes da “prisão”, que agora se comprovou equivocada.
Para Igor, sobrou a época a solidariedade dos deputados estaduais e dos amigos. O presidente da ALE, Marcelo Victor, defendeu publicamente o servidor e disse que os fatos seriam esclarecidos. E foram, mas somente agora, dez meses depois da eleição.
A avaliação da equipe era de que sem a acusação, que se sabe agora ser falsa, Davi passaria para a segunda etapa da eleição.
Mais uma vez, o presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, Marcelo Victor, saiu em defesa de Igor. Num relato sobre o que classifica como um “fato lamentável”, em suas redes sociais.
"O que eu já sabia desde o início desse fato lamentável, ocorrido há quase um ano, agora se consuma. O Ministério Público Eleitoral, solicitou à juíza Fabíola Melo Feijão, da 26ª Zona Eleitoral de Marechal Deodoro, o arquivamento de inquérito policial para investigar o Igor Bitar, chefe de gabinete da Presidência do Poder Legislativo. Para justificar o pedido, o autor da ação diz que “não há conduta delituosa a ser apurada, não houve flagrante delito de fato típico”, que “ocorreu a apreensão de material, dinheiro e bens sem autorização judicial” e, que, portanto, “somente feriu o direito subjetivo do investigado”. A magistrada deferiu o pedido do MPE, mandou devolver os bens particulares ilegalmente apreendidos e determinou o arquivamento do inquérito. Resta acionar a Justiça para reparar os danos causados e punir os elementos que agiram à margem das regras de conduta da Polícia Militar de Alagoas. Que assim seja feito em nome da verdade, do Poder Legislativo, do Igor e de sua família", disse o deputado em seu Instagram.
