Política

"Ficar dentro de casa não resolve nada", afirma Bolsonaro após ironizar preço do feijão

Após duras críticas, o presidente voltou a culpar prefeitos e governadores por alta inflação

Por Redação com Uol 28/08/2021 15h03 - Atualizado em 28/08/2021 15h03
'Ficar dentro de casa não resolve nada', afirma Bolsonaro após ironizar preço do feijão
Bolsonaro em cerimônia no Comando de Operações do Exército em Goiânia - Foto: Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro entrou em mais uma polêmica nessa sexta-feira (27), ao chamar de "idiota" quem diz que precisa comprar feijão. Para o presidente, "tem que todo mundo comprar fuzil". A conversa com apoiadores aconteceu no Palácio da Alvorada e foi transmitida nas redes sociais. Em resposta a um simpatizante que perguntou sobre novidades para os caçadores, atiradores e colecionadores, os CACs, o presidente respondeu: "o CAC está podendo comprar fuzil. O CAC que é fazendeiro compra fuzil 762. Tem que todo mundo comprar fuzil, pô. Povo armado jamais será escravizado. Eu sei que custa caro. Tem um idiota: 'Ah, tem que comprar é feijão'. Cara, se não quer comprar fuzil, não enche o saco de quem quer comprar."

Após ironizar as críticas por conta da alta de preços de alguns alimentos, o presidente resolveu usar a sua aparição em um evento evangélico para transferir a responsabilidade pela inflação crescente a prefeitos e governadores que apoiaram e adotaram medidas de isolamento social contra a Covid-19. 

Em discurso para pastores na manhã de hoje (28) durante o 1° Encontro Fraternal de Líderes Evangélicos da Conemad-GO (Convenção Nacional das Assembleias de Deus do Ministério de Madureira) em Goiânia, Bolsonaro voltou a atribuir a crise econômica — com alta da inflação, desemprego recorde e aumento da fome no país— às medidas de controle da pandemia, que sempre foram atacadas por ele.

"Sabemos do sofrimento que o povo está passando. Porque como consequência daquela política do 'fica em casa, a economia a gente vê depois' chegou a conta para pagar. Enfrentamos uma das maiores crises hidrológicas da história do Brasil, tivemos uma geada. Problemas nós temos, mas o Brasil é um dos cinco países que menos sofreram no tocante à economia graças ao trabalho do nosso governo.".

Bolsonaro voltou ainda a defender medidas criticadas por especialistas e pela OMS (Organização Mundial de Saúde), como o uso de medicamentos sem eficácia contra a covid-19 e a livre circulação de pessoas. 

"Desde o começo eu falei. Devemos tratar a questão do vírus e o desemprego com a mesma responsabilidade e de forma simultânea. Não podemos apavorar o povo. Ficar dentro de casa não resolve absolutamente nada. Temos que enfrentar, buscar alternativas. Buscar tratamento", disse Bolsonaro.