Política

Davi Maia critica nota da Secretaria da Saúde de AL sobre denúncia de "super salários"

Deputado também diz que sua prerrogativa de fiscalização está sendo negada pelo governo estadual

Por Redação com Assessoria 19/08/2021 13h01
Davi Maia critica nota da Secretaria da Saúde de AL sobre denúncia de 'super salários'
Deputado Davi Maia fez duras críticas à Secretaria de Saúde do Estado na sessão da Assembleia Legislativa - Foto: Assessoria

Um dia após apresentar uma denúncia sobre o pagamento de “supersalários” na Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), o deputado Davi Maia (DEM-AL) criticou a nota emitida pelo órgão em resposta às denúncias do parlamentar.

Após ler a nota em plenário, Davi disse que não esclarece os fatos. “Nessa nota, a Sesau não mandou nenhuma resposta. E aqui eu queria perguntar: a acumulação de cargos pelo secretário Executivo, sargento Ramalho, onde é que está? O supersalário do sargento Ramalho, de mais de R$ 70 mil, com violação do teto constitucional, onde é que está? Fraude na violação da escala de plantão, em que o secretário aparece ao mesmo tempo no Samu e no Hospital Metropolitano?”, questionou.

Na nota o secretário Alexandre Ayres chega a falar de salários dentro da média de mercado. Em que mundo ele vive para achar que um salário de R$ 70 mil é a média de mercado? Pergunto aos enfermeiros, aos técnicos e auxiliares se recebem dentro da média salarial para estar na linha de frente de combate à Covid?”, prosseguiu o deputado, adicionando que, no Hospital Geral do Estado (HGE) faltam insumos e medicamentos para o atendimento à população.

 "Essa nota é um acinte. É um ataque a todos os cidadãos que passaram esse tempo todo trabalhando na pandemia”, criticou o parlamentar, reforçando a necessidade de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as denúncias.

O deputado Silvio Camelo (PV-AL), líder do Governo na Casa, rebateu as críticas de Davi Maia, o parlamentar lembrou que, na Secretaria Municipal de Maceió (SMS), existem 300 mil exames de demanda reprimida e que esse fato influencia diretamente nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) do HGE.

O maceioense está esperando as promessas do Corujão da Saúde e a demanda reprimida de pessoas com pressão alta, diabetes e outras moléstias”, disse o líder governista.

Em nota, a Sesau negou qualquer ilegalidade e favorecimento nos salários pagos aos profissionais que atuam na linha de frente da Covid-19. Para o órgão, a remuneração está no padrão praticado no mercado para a época de pandemia.

Fiscalização

Durante seu pronunciamento, o deputado Davi Maia também acusou o governo alagoano de desrespeitar o artigo 81 da Constituição Estadual, onde está assegurada a fiscalização dos atos do Poder Executivo, inclusive da Administração Direta. “Quero solicitar à Mesa que coloque em pauta o projeto de lei do deputado Cabo Bebeto (PTC-AL), que justamente complementa o artigo 81”, pediu.

Eu já fiz duas fiscalizações in loco, uma na Sesau, onde pedi acesso a planilhas e me foi negado. A outra foi a mais absurda de todas, ontem no Hospital Metropolitano. Eu e o deputado Cabo Bebeto temos recebido denúncias que estão fraudando a lista de pontos e não me deixaram ter acesso ao documento”, lamentou Maia.

Complementando o colega, o deputado Cabo Bebeto lembra: “Fui fazer uma fiscalização no Hospital de Campanha e me foi negado o acesso. Fiquei preocupado, porque se tem uma coisa que não gosto é ter que abrir mão de direitos”, considerando grave a falta do acesso aos documentos requisitados.

O presidente da Casa, deputado Marcelo Victor, observou que está havendo um equívoco na interpretação daquilo que é prerrogativa do Poder Legislativo e dos parlamentares.

As prerrogativas do parlamentar não se confundem com as do Parlamento. E não sou eu quem digo. É só olhar como o Supremo Tribunal Federal já se pronunciou sobre esse tema”, esclareceu o chefe do Legislativo.