Política
Renan Calheiros pede publicamente demissão de ministro Braga Netto
De acordo com reportagem do Estadão de S. Paulo, Netto pedira para comunicar que voto impresso teria que ser aprovado

O relator da CPI da Pandemia reagiu de forma dura contra as ameaças golpistas do ministro da Defesa. Renan Calheiros pediu publicamente a demissão de Braga Netto. Em nota para a imprensa e em uma série de tuítes, o senador classificou de ‘irresponsáveis’ e ‘inconsequentes’ suas declarações .
A reação de Renan veio após reportagem publicada nessa quinta-feira (22) pelo “O Estado de S. Paulo”. O jornal revela que no dia 8 de julho o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) foi avisado por um importante político que Braga Netto, acompanhado dos comandantes das três Forças Armadas, pedira “para comunicar, a quem interessasse” que o voto impresso teria que ser aprovado.
Em uma série de tuítes, Renan Calheiros reagiu as revelações da reportagem e condenou as ameaças do ministro da defesa:
“A democracia brasileira é alvo de uma gravíssima ameaça, agora revelada. Ameaça armada, tentativa de amedrontar pelo terror. Braga Netto se revela: foi colocado onde está exatamente para isso, para ameaçar as instituições democráticas”, diz o senador.
“Bolsonaro quer manter a sociedade refém de sua obsessão continuísta. A população não o quer mais, mostram as pesquisas. O Congresso não deve admitir isso. O Senado, a Câmara dos Deputados e o Judiciário não podem ser ameaçados”, reforça Renan.
Ainda no Twitter, o senador pediu a demissão do ministro.
“As declarações de Braga Netto, irresponsáveis e inconsequentes, ofendem a Constituição e o povo. Ele tem que ser exonerado o quanto antes, removido do posto que ocupa; É um elemento perigoso para a democracia que todos – Executivo, Congresso, Judiciário, Forças Armadas e a nação – juramos preservar e defender. O Brasil não pode se sujeitar ao capricho de mantê-lo onde está.”, enfatiza o senador.
2) Bolsonaro quer manter a sociedade refém de sua obsessão continuísta. A população não o quer mais, mostram as pesquisas.
— Renan Calheiros (@renancalheiros) July 22, 2021
O Congresso não deve admitir isso. O Senado, a Câmara dos Deputados e o Judiciário não podem ser ameaçados.
4) é um elemento perigoso para a democracia que todos – Executivo, Congresso, Judiciário, Forças Armadas e a nação – juramos preservar e defender. O Brasil não pode se sujeitar ao capricho de mantê-lo onde está.
— Renan Calheiros (@renancalheiros) July 22, 2021
O que diz o Estadão
A reportagem revela o que teria ocorrido no dia 8 de julho.
“O general pediu para comunicar, a quem interessasse, que não haveria eleições em 2022, se não houvesse voto impresso e auditável. Ao dar o aviso, o ministro estava acompanhado de chefes militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.”, relata o Estadão.
A reportagem também lembra que Bolsonaro repetiu publicamente a ameaça de Braga Netto no mesmo 8 de julho. “Ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não temos eleições”, afirmou Bolsonaro a apoiadores, naquela data, na entrada do Palácio da Alvorada.
Segundo o jornal, a ameaça de golpe levou Lira ao Palácio da Alvorada para uma conversa com Jair Bolsonaro. No encontro, o presidente da Câmara dos Deputados teria reafirmado apoio ao governo, mas que disse não estaria ao lado de qualquer ruptura institucional. Bolsonaro reagiu afirmando que sempre jogaria “dentro das quatro linhas da Constituição”.
