Política

Entenda a acusação contra Catunda que pode tirar mandato de Paulão

Processo questiona financiamento de material gráfico e pode alterar quociente eleitoral de 2022

Por Redação* 10/11/2025 10h10
Entenda a acusação contra Catunda que pode tirar mandato de Paulão
João Catunda - Foto: Reprodução

A representação que tramita no Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL) reacende uma disputa jurídica capaz de mexer diretamente na composição da bancada alagoana na Câmara dos Deputados. O processo, movido pelo Republicanos, pede a anulação dos votos de João Catunda (PP), candidato a deputado federal em 2022 e ex-vereador de Maceió. Caso seja condenado, o recálculo do quociente partidário abriria vaga para o retorno de Nivaldo Albuquerque, retirando Paulão (PT) do mandato.

Catunda, que obteve 24.754 votos, é acusado de “captação ilícita de recursos eleitorais”. Segundo o Republicanos, o então candidato teria se beneficiado de financiamento irregular de material gráfico custeado pelo Sindicato de Saúde do Município de Maceió (Sindsaúde), o que é proibido pela legislação eleitoral. O episódio teria ocorrido em 31 de agosto de 2022, durante a ocupação do prédio da Secretaria Municipal de Economia por servidores municipais que reivindicavam reajuste salarial e avanço no Plano de Cargos e Carreiras.

O ponto central da denúncia é o custeio, pelo sindicato, da impressão e distribuição de panfletos que, por equívoco, exibiram o CNPJ de Catunda. Em depoimento à relatora do caso, desembargadora Silvana Lessa Omena, o proprietário da gráfica, Eraldo de Alcântara Filho, admitiu o erro de confecção. Já o presidente do Sindsaúde, Tarsys Henrique Gama dos Santos, assegurou que o material foi pago integralmente pelos servidores e se tratava de uma crítica à Prefeitura, sem intenção eleitoral.

A defesa de Catunda rebateu com firmeza as acusações, afirmando que o Republicanos tenta “ludibriar o TRE-AL” para buscar uma vaga que não conquistou nas urnas. Os advogados classificaram as alegações como “ilações infundadas” e apresentaram documentos e depoimentos que, segundo eles, comprovam a legalidade do material e afastam qualquer irregularidade no financiamento.

O processo inicialmente tramitava em segredo de Justiça, mas um erro no sistema do TRE-AL acabou revelando as alegações finais da defesa no site oficial do tribunal. O episódio adicionou mais tensão a um caso que pode ter impacto direto na representatividade política de Alagoas em Brasília.

Com Jornal Extra.