Política

Deputados de AL cobram ações contra crise econômica

Para alguns parlamentares, o governo precisa de um plano para a recuperação da economia, além de medidas emergenciais

Por Blog do Edvaldo Júnior 15/04/2020 14h02
Deputados de AL cobram ações contra crise econômica
Reprodução

Vai demorar mais alguns dias para traduzir, em números, o impacto da pandemia do novo coronavírus na economia de Alagoas. Mas desde já se sabe que o efeito é devastador, especialmente em negócios que foram afetados diretamente pelas restrições da quarentena.

As vendas de todos os itens, exceto alimentos, estão em queda entre 50% e 70% segundo informações de técnicos da Secretaria da Fazenda de Alagoas. Em setores como o de serviços (hotéis, bares, restaurantes, salões de beleza, transporte complementar etc) a retração chega até 100%.

Como esses setores vão se erguer no período pós pandemia foi o tema discutido durante a sessão da Assembleia Legislativa de Alagoas nessa terça-feira (14).

Na avaliação de alguns deputados estaduais, o governo de Alagoas precisa de um plano para a recuperação da economia, além de medidas emergenciais.

Quem levantou o debate foi o deputado estadual Davi Maia (DEM), que cobrou do governo a apresentação de uma proposta para retomada da economia em Alagoas.

“Temos nos reunido de segunda a sexta-feira durante esse período da pandemia. Até o dia de hoje não foi apresentado nenhum mísero plano de recuperação do Estado. A Assembleia Legislativa faz a sua parte e aponta inúmeros caminhos”, disse durante a sessão.

Maia também reclamou do governo por não ter reunido até o momento o Comitê de Acompanhamento Econômico da Covid-19, anunciado pelo governo em 19 de março. “Até agora não foi feita nenhuma reunião sequer”, afirmou.

O deputado Antônio Albuquerque (PTB), que foi indicado, assim como Davi Maia, para representar a Assembleia Legislativa no comitê reforçou a crítica: “parece que foi criado para funcionar. Tem mais de 50 membros e até o momento não foi instalado”, ponderou.

O debate em torno da falta de medidas econômicas para enfrentamento da crise do novo coronavírus ganhou corpo com a participação de outros deputados.

“Na questão da economia não há ação, parece que esse setor não existe para o Estado”, emendou Cabo Bebeto (PSL). A a deputada Jó Pereira (MDB) criticou a falta de respostas e citou, como exemplo, a situação dos permissionários do transporte complementar.

De acordo com a deputada, são mais de 5 mil famílias (entre 1,3 mil permissionários, motoristas reservas e apontadores) que estão sem renda há quase um mês. “Encaminhamos questões simples, como a suspensão do pagamento de taxas, isenção de IPVA e criação de uma linha de crédito pela Desensolve e o governo não deu até o momento nenhuma resposta”, apontou.

O debate parlamentar sobre a pandemia da Covid-19 foi registrado pela assessoria de comunicação da ALE:

Crise sanitária e econômica gerada pela pandemia do coronavírus volta a ser debatida

A crise sanitária e econômica gerada com a pandemia do coronavírus voltou a ser debatida no plenário da Casa. Primeiro a se pronunciar sobre o tema foi o deputado Davi Maia (DEM), que cobrou do Governo ações e medidas mais efetivas para o enfrentamento á Covid-19 e pós-pandemia. “Até o dia de hoje não foi apresentado nenhum mísero plano de recuperação do Estado. A Assembleia Legislativa faz a sua parte e aponta inúmeros caminhos”, disse.

O parlamentar observou que só com a devolução dos veículos alugados, mediante contrato de locação pelo Executivo, poderia se conseguir uma economia mensal de cerca de R$ 2,5 milhões ao Estado, a serem investidos na aquisição de novos leitos e respiradores. “Tudo o que o Governo faz, nesse momento, é muita mídia e pouca ação”, disse Davi Maia, que em seguida citou reportagem do secretário de Estado da Fazenda (Sefaz), George Santoro, na qual o gestor transfere toda a responsabilidade com relação a ajuda financeira para o Governo Federal.

Em aparte, o deputado Cabo Bebeto (PSL) disse que não tem visto nenhuma ação por parte do Governo, a não ser na área da saúde. “Na questão da economia não há ação, parece que esse setor não existe para o Estado”, observou. Na sequência, a deputada Jó Pereira (MDB) trouxe informações de que o Hospital de Campanha, no Ginásio do Sesi, será apenas para triagem e não terá leitos de retaguarda, com o objetivo apenas de retirar do Hospital Geral do Estado (HGE) as pessoas com sintomas gripais. “Temos necessidade de atitudes nesse momento, atitudes de uma liderança que dialogue, que construa”, cobrou a parlamentar. Ela citou como exemplo de falta de ação do Estado, a questão dos transportadores complementares, que estão passando por inúmeras dificuldades, sem receber o apoio do Governo.

Defesa

O deputado Silvio Camelo (PV), líder do Governo na Casa, disse que o Executivo tem envidado grandes esforços no sentido de combater o avanço da pandemia do coronavírus no Estado, mas que não tem sido fácil. “O governador Renan Filho e o secretário de Saúde, Alexandre Ayres, têm trabalhado diuturnamente para enfrentar essa crise. Os servidores públicos estão sendo pagos, os fornecedores estão sendo pagos e o Estado está adquirindo equipamentos”, argumentou Camelo, acrescentando que o fechamento do comércio e da indústria é uma necessidade.

Mais adiante, destacou o embate entre o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. “O ministro mais bem avaliado do governo defende o isolamento, mas Bolsonaro insiste em, diariamente, quebrar as recomendações dos especialistas em saúde. O Brasil e o mundo não têm condições de enfrentar essa pandemia se os casos vierem a aumentar”, argumentou Silvio Camelo, reconhecendo que teremos uma grave crise econômica após a pandemia.

Isolamento vertical

Durante o debate, o deputado Antônio Albuquerque (PTB) voltou a defender o isolamento vertical para minimizar os efeitos da crise econômica no Estado e no Brasil. Elogiou as medidas e adotadas pelo Governo Federal e criticou duramente o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, considerando exageradas as atitudes do gestor da saúde no País. Albuquerque justificou seu posicionamento argumentando que as pessoas com melhor condição financeira enfrentam o isolamento sem maiores dificuldades, mas os carentes, que necessitam trabalhar diariamente para conseguir o sustento de seus familiares, a quarentena se tornou muito difícil.